terça-feira, 8 de setembro de 2009

O POETA BERNARDO DE PASSOS

(o poeta Bernardo de Passos)

DEDICATÓRIA AO PAI

Envolve-se-me a Vida em sombras sepulcrais;
Num cárcere me sinto, em trevas abismado...
Não cabe no infinito um grito alucinado,

E o céu é negra campa abafando-me os ais!

Versos, palavras vãs ! Quem ouve o que aqui digo ?
Quem ouve? E nem eu sei pintar tamanho horror ...
Não sei dizer, meu Pai ! em versos esta dor.

Não sei chorar-te aqui meu velho amigo. !

Treme-me a pena na mão, neste momento de acerba saudade; e aperta-se-me o coração e sinto vontade de chorar...

BERNARDO DE PASSOS nasceu em S. Braz de Alportel mas faleceu em Faro, a sua cidade, tendo a sua vida decorrido entre estes dois sítios; a sua vila natal e a cidade onde exerceu vários cargos.

Foi solicitador na sua terra e foi farmacêutico em S. Braz e em Lisboa, onde fez os preparatórios tendo sido comissário da Polícia em Faro e mais tarde, Secretário da Câmara de Faro.

Poeta contemporâneo de António Nobre e Junqueiro esteve sempre ao lado dos mais desfavorecidos. Poeta líriico que escreveu versos com a alma.

A cidade de Faro deu-lhe a mão e por isso o recordo aqui. `É um homem da cultura.

Morrem os ricos dobram o sinos
Morrem os pobres não há dobres
Que Deus é esses dos Padres
Que não faz caso dos pobres...

Poeta, uma outra forma de ver a vida ....

Texto de
JBS

TEMA INTERNET - (Computadores)

MUSICA NO COMPUTADOR

Música da natureza. Programa giro, grátis e fácil de instalar.
Ouvir os sons da natureza enquanto trabalhamos. Basta puxar o programa:
http://www.vectormediasoftware.com/filekicker/atmospherelite.exe
Na prática, seleccione na esquerda o som. Pode misturar sons. No painel central ajuste a frequência e o volume. Para além dos sons da natureza este programa permite gravar mensagens de voz. Também pode reproduzir “sons binaurais”, destinados a serem escutados pelo cérebro humano e não pelo ouvido: Alfa-(relaxamento), Beta- (concentração), Theta-(meditação) e Delta-(sono)…
Nota: O programa é puxado facilmente (download) e a musica é maravilhosa nas misturas que podemos fazer. Experimentei e gostei.
Rogério Coelho

FARO; AQUI HÁ HISTÓRIA


FARO; UMA CIDADE COM HISTÓRIA
Artigo de Jorge Carrega

No dia 7 de Setembro comemora-se mais um dia do Município de Faro. A data assinala não só a elevação da Vila de Faro a cidade pelo Rei D. Joao III, em foral concedido no dia 7 de Setembro de 1540, mas também todo o passado histórico de uma localidade milenar, por onde passaram povos e culturas diversas que deixaram uma marca profunda na identidade cultural da cidade e dos seus habitantes.


Gracas à sua localização geográfica, a região a que corresponde hoje a cidade de Faro, foi ocupada por comerciantes Cartigineses, Fenícios e Gregos, que aqui fundaram um entreposto comercial. Com a chegada dos Romanos no sec. III a.c, verificou-se uma expansão considerável da povoacão então chamada de Ossónoba, que se afirmou nos séculos seguintes como umas das principais cidades romanas do sul da Península Ibérica. Com o declínio do Império Romano no sec. III d.c, o Algarve passou a ser governado pelos Visigodos, oriundos do norte da europa.


Foi precisamente neste período que a cidade de Faro se passou a chamar de Santa Maria de Ossónoba, reflexo do processo de cristianização que ocorrera ainda no final da ocupação romana. Com a chegada dos Mouros em 714, Faro entrou num novo período de desenvolvimento económico e cultural, passando a chamar-se Santa Maria Ibn Harun.


Em 1249 deu-se a Conquista da cidade aos Mouros pelo Rei D. Afonso III, e Faro inicia uma nova etapa da sua história. Benificiando do declino de Silves, torna-se sede de Bispado em 1577, assumindo-se definitivamente como capital do Algarve. A destruição causada pelo terramoto de 1755 motivaria um plano de renovação urbana liderado pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar, responsável entre outras obras pela contrução do emblemático Arco da Vila, por onde ainda hoje se faz o acesso à Vila a Dentro, verdadeiro coração da cidade, onde se situam os Paços do Concelho, o Palácio Episcopal, a Igreja da Sé e o Museu Municipal, Ao assinalar o dia da cidade de Faro, torna-se inevitável reflectir sobre a importância da preservação do seu património histórico, face visível de um passado com o qual convivemos diariamente, o qual está presente nos monumentos que nos rodeiam e não apenas nas páginas dos livros de história.


É indiscutível que Faro possui um património arquitectónico e artístico valioso que urge cuidar, salvaguardar e promover. Na sua história a Capital do Algarve possui uma riqueza imensa que ainda não soube aproveitar. Ao contrário de Guimarães, que transformou o seu centro historico num exemplo da salvaguarda do património e da identidade histórica nacional, Faro continua virado para um futuro feito de betão, no qual os valores da história e da cultura pouco importam.

Enquanto farense, nao posso deixar delamentar a falta de empenho e capacidade revelada ao longo dos anos pelos sucessivos Presidentes da CMF na recuperação e dinamização do património histórico da minha cidade. Infelizmente, em Faro reina a apatia, alimentada por uma política de mercearia que encara a cultura e o património como uma mera figura de retórica num debate político feito de promessas eternamente adiadas.


Existirá algum motivo válido para que a capital do Algarve não organize um evento como “Os Dias Medievais de Castro Marim” ? E porque razão nehum Presidente da CMF teve até hoje coragem para reclamar junto do governo inglês a devolução da antiga Biblioteca do Paço Episcopal de Faro, roubada em 1596 pelo conde de Essex e da qual consta o Pentateuco, primeiro livro impresso em Portugal, precisamente na oficina de um judeu farense, Samuel Gaucon? A resposta reside como é óbvio no desconhecimento, e por vezes até no desprezo, que alguns políticos revelam para com os valores da cultura, da história e da identidade local.


Cabe pois às gentes de Faro reencontrarem-se com o passado milenar da sua cidade, e reclamar junto dos seus autarcas uma política efectiva de defesa da identidade histórica e cultural da capital algarvia. * Técnico Superior de Património Cultural e Mestre em Literatura Comparada

artigo retirado do REGIÃO SUL
Colocado por
João Brito Sousa