sábado, 16 de julho de 2011

Sensibilidade e Maturidade
Montinho

Uma certa vivacidade de impressões, mais directamente dependentes da sensibilidade física, decresce com a idade. Quando aqui cheguei, e sobretudo depois de ter aqui passado alguns tempos, não tenho sentido, no presente, essas vagas de admiração ou de entusiasmo que este local me costumava comunicar, e cuja recordação, depois, me dava grande satisfação.

Vou de férias e deixá-los-ei, se calhar, sem aquela efusão de admiração e alegria que outrora sentia. O meu espírito, por seu turno, tem hoje uma segurança muito maior, uma maior capacidade de evitar associações e de me exprimir; a inteligência cresceu, mas a alma perdeu parte da sua elasticidade e irritabilidade. E porque é que, ao fim e ao cabo, não partilhará o homem o destino comum de todos os outros seres?

Ao pegarmos num fruto delicioso, será justo pretender respirar ao mesmo tempo o perfume da flor? Foi preciso passar pela subtil delicadeza da nossa que foi sensibilidade juvenil para chegar a esta segurança e maturidade do espírito. Talvez os grandes escritores, deste blog, como o João Brito de Sousa que me detesta no meu pseudónimo(?) - é o que eu penso - sejam daqueles que, numa idade em que a inteligência possui já a sua plena força, ainda conservam parte dessa impetuosidade das impressões, que é própria de quem escreve com toda a sensibilidade e maturidade e que terei imenso gosto em voltar a ler quando regressar.
Meu caro João, gosto muito da minha independência, do meu pseudónimo e definir por mim próprio “para onde, por onde, como e quando” (que aprendi na tropa), e agradecer sensibilizado o teu amável convite. Assim estarei.

Um grande abraço para todos.


2 comentários:

  1. MEU CARO MONTINHO.

    Viva.

    Só houve um escritor que,ao escrever o seu primeiro romance,assumiu-se como tal.

    Foi Somerset Maugham que disse: eu sou escritor, desassombradamente.

    Porque escritor é aquele que sente vontade de escrever e sabe que tem coisas a dizer.

    Mário de Carvalho, que ganhou o prémio Pessoa, parece-me, disse que não se sentia um escritor sénior.

    Porque escritor´é aquele que está disponível para uma aprendizagem constante.

    Quanto ao pseudónimo não gosto, só isso.

    Porque eu gosto da malta.

    Como se pode ver no soneto a seguir,


    AOS COSTELETAS

    Aos colegas da Escola

    Pergunto-vos se neste blogue já navegaram?..
    Se sim, então aproveitem e perguntem aqui
    Pelos velhos colegas que nunca mais viram
    Esperando que eles digam que estão aqui ou ali


    Façam assim: ó Manuel de Sousa Lima de Salir
    Onde é que estás e o que é que fazes agora?
    Anda daí Manel, vê lá companheiro, se podes vir
    Vamos comemorar os belos tempos de outrora


    O Manel é do tempo do Godofredo POEIRA
    Parece-me até que foram parceiros de carteira
    E certamente que gostariam de se encontrar...


    Por isso ó GODOFREDO toca a escrever aqui
    Uma coisa mais ou menos assim: nada sei de ti
    Ó Manel, aparece que temos muito que recordar.


    João Brito Sousa


    Ps: - Vou enviar um texto para publicação dedicado a ti.

    Ab
    JBS

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