Lavrador
Numa entrega total, o lavrador,
Num esforço heróico quase bruto,
Desbrava e trata a terra com fervor
Na esp´rança do almejado fruto.
De si se esquece e pouco lhe dói;
Numa luta imensa, nunca se cansa…
Com trabalho insano ele constrói,
E o que fora sonho, torna-se esperança.
Que imenso esforço tiveste!...
Quanto suor te correu p´la testa…
Ao rasgares esses montes tu fizeste,
De matos esquecidos, enorme festa.
Quantos anos nessa forma se quedaram
Esses montes de estevas e silvados;
Que, p´la força do engenho se tornaram
Em campos de querer, agora cultivados.
Como enormes cabeças de gigantes,
Ou hirtos seios de Deusas adormecidas,
Nesses montes surgirão refrescantes,
Árvores de fruto, e sombras apetecidas.
E mais não foi que a vontade de querer;
De dar à terra ávida e ressequida,
O braço forte e a água que quiser…
Dessedentando-a, e dar-lhe vida.
Orlando/2001
Do livro “Avô”
(Enviado pelo Poeta Orlando Augusto da Silva)
Obrigado meu caro amigo.
ResponderEliminarUm belo poema.
Ficamos sempre aguardando mais.
Um abraço
Rogério