quinta-feira, 28 de julho de 2011


VIVE-SE O DIA DE HOJE
Por João Brito Sousa

Viver, é passar o tempo ocupando-o na elaboração de assuntos que nos dão prazer, a nós ou aos outros, ou a terceiros. Viver é ter um programa a cumprir e fazer por cumpri-lo, viver é alegria, é dor, é sofrimento. É acordar às sete da manhã, ou seis, ás vezes cinco é deitar cedo e cedo erguer, é tratar da saúde, é passear com o cão depois do jantar, é escrever uma crónica para um blogue, para um jornal, ou carpinteirar, ou soldar, ou pregar um prego, ou dois, ou muitos.

Pode ser tanta coisa.

Quando se é jovem pensamos que a vida é uma eternidade, que não acaba mais. Puro engano; a vida pode acabar agora. Não direi que ela está à espreita, mas pode acontecer. O Miguel Damasceno é que diz; tens o teu minuto.

Por isso, é vulgar ouvir-se, da rapaziada mais antiga, que se deve viver um dia de cada vez. Porque pode não haver amanhã. Mas há quem ame viver. E há quem não goste da vida. Mesmo os intelectuais, como Raul Brandão, Miguel Torga e até Saramago perguntou, afinal o que é que andamos cá a fazer.

Tema desajustado, já demasiado batido ou talvez não.

Hove cenas pitorescas da vida, sobretudo da vida de estudante. E houve trmas que ficaram famosas, como a turma do 2º 4 ª do Franklin, dos Molarinhos, do Zé Clérigo, do José António da Luz, do João Leal talvez. E alunos célebres também, como o Ludgero Farinha que jogava hóquei em patins e tinha o seu penteado clássico naquele cabelo preto que ainda hoje tem.

Como o actor Barroso Lopes.

Falando de actores da Escola, á cabeça Aurélio Madera, artista completo, a arte de representar está dentro dele. E por fora também. É-se artista em todo o lado, quando se é. Joaquim Teixeira e Maria José Fraqueza, igualmente grandes.

A quem deixo uma letra de fado para cantar. Que ela sabe.

Aí vai.

Anda-se na vida á vontade/ E faz-se a vida vivendo / Vive-se bem com humildade / Vive-se comendo e bebendo / Se à tua porta alguém bater / Diz donde estiveres, já vou / E depois vai lá dizer / Olha a gente já almoçou/ Se eu soubesse que vinhas / Guardava-te um pouco do almoço/ Mas se quisesses ainda tinhas / Ali um bocado de osso.

Ocorreu-me.

Ab.

jbritosousa@sapo.pt

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