segunda-feira, 4 de abril de 2022

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                    «OS RECITAIS BELMAÇO»

        Sob o signo perene da música e repartido por duas famílias ilustres deste burgo (Belmarço e Tavares Belo), ligadas a outras expressões da vida farense, têm vindo a decorrer os concertos pianísticos sob a égide de «Os Recitais Belmarço». Dois obreiros da cultura, daqueles que bem merecem a nossa independente admiração. Esse cientista e investigador que nos tem proporcionado um maior e melhor conhecimento do Algarve de há milénios, que um dia veio de Vila Nova de Famalicão, para ser, com todo o mérito, algarvio e que é o Professor Doutor Vilhena Mesquita, conceituado docente da prestigiada Universidade do Algarve. 

            O outro cidadão é uma figura dinâmica, activa e sempre pronto a accionar as suas potencialidades em prol do Algarve, mormente na avenida da Cultura., já com múltiplas realizações inéditas e concretizadas. Referimo-nos a Pedro Bartiloti Roxo que quer aos Artistas como ao Ginásio Clube de Faro tem impulsionado um notório incremento, relegado quase imobilismo, a que estavam condenadas estas sociedades recreativas.

            Aí temos com todo o mérito e valia, os «Recitais Belmarço», trazendo-nos essas tardes inolvidáveis da histórica agremiação, a que a Família Tavares Belo, está tão intimamente, um andar do que foi sede do Banco Espírito Santo e hoje é o Novo Banco.

         Na década de 40 do passado século XX foi acontecimento de relevo na Cidade de Faro o assistir aos recitais de Domingo que, nas tardes de Domingo, realizava a notável pianista ADELAIDE DO ROSÁRIO BELMARÇO, trazendo à vivência dos farenses, obras de Debussy, Schubert, Mozart e outros monstros sagrados da «bela música».

             A insigne artista nasceu em Faro em 1889 («pertencia à nata da melhor sociedade farense, à fina flor da burguesia local» escreveu o Prof Dr. Vilhena Mesquita, a propósito da insigne pianista. No final da vida radicou-se no Porto, cidade onde faleceu em 1964, encontrando-se sepultada no Cemitério de Agromonte.

             Este Festival pianístico iniciou-se com a aplaudida actuação do conceituado artista Luís Conceição, a que seguiu outro nome grande desse instrumento de excelência que é o piano, Alexandre Dahmen.


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