NÃO O É DAS FRATERNAS GENTES DE OLHÃO
Não nos vamos alongar em desnecessários comentários ao bárbaro
atentado de que foi vítima, em zona central desta cidade, um emigrante do
Nepal que para aqui veio em busca do «pão nosso de cada dia» por, com
requintes de malvadez, um grupo. A ampla divulgação televisiva que o
indesejável facto teve torna-o conhecido de todos. Neste abrangente «todos»
incluímos não apenas o que connosco acontece (cidadãos do quotidiano
acontecido), mas destacadas figuras da vida nacional e local, como aconteceu
com as veementes declarações públicas de repúdio vindas do Presidente da
República, do Ministro da Administração Interna e do Presidente da Câmara
Municipal de Olhão.
A condenação do facto é unânime e exige o castigo exemplar dos seus
autores. Isto contraria o tradicional, reconhecido e intrínseco espírito, desde
sempre, das «boas gentes de Olhão». A terra que, no dizer do saudoso
historiador cacelense Prof. Dr. Rosa Mendes, «se fez a si mesma» sempre foi,
séculos fora, um testemunho constante e permanente do fraterno acolhimento
a quantos a buscam.
Todos conhecemos quer dos livros, quer do saber directo e vivido de gente
das mais diversas regiões que escolheram Olhão, para viver e, até muitos, para
terminar os seus dias. Desde conceituados industriais, nacionais e
estrangeiros, até aos simples mas honrados pescadores, esta foi a «terra
prometida». Em nossos dias, veja-se a procura que o turismo residencial tem
provocado, que não o é apenas pelo sol e pelo mar. A acolhedora vivência, a
pacífica e motivadora convivência que tal provoca, fazem desta cidade sulina,
(aqui o tão prodigalizado termo «mano» é disso um testemunho fazem-nos
acreditar, sem ingenuidade, mas uma certeza, que o repúdio das olhanenses
gentes, é a resposta mais que evidente a este execrável caso, que todos
repudiamos e exigimos justiça se faça!
JOÃO LEAL
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