segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE


NÃO O É DAS FRATERNAS GENTES DE OLHÃO


Não nos vamos alongar em desnecessários comentários ao bárbaro

atentado de que foi vítima, em zona central desta cidade, um emigrante do

Nepal que para aqui veio em busca do «pão nosso de cada dia» por, com

requintes de malvadez, um grupo. A ampla divulgação televisiva que o

indesejável facto teve torna-o conhecido de todos. Neste abrangente «todos»

incluímos não apenas o que connosco acontece (cidadãos do quotidiano

acontecido), mas destacadas figuras da vida nacional e local, como aconteceu

com as veementes declarações públicas de repúdio vindas do Presidente da

República, do Ministro da Administração Interna e do Presidente da Câmara

Municipal de Olhão.

A condenação do facto é unânime e exige o castigo exemplar dos seus

autores. Isto contraria o tradicional, reconhecido e intrínseco espírito, desde

sempre, das «boas gentes de Olhão». A terra que, no dizer do saudoso

historiador cacelense Prof. Dr. Rosa Mendes, «se fez a si mesma» sempre foi,

séculos fora, um testemunho constante e permanente do fraterno acolhimento

a quantos a buscam.

Todos conhecemos quer dos livros, quer do saber directo e vivido de gente

das mais diversas regiões que escolheram Olhão, para viver e, até muitos, para

terminar os seus dias. Desde conceituados industriais, nacionais e

estrangeiros, até aos simples mas honrados pescadores, esta foi a «terra

prometida». Em nossos dias, veja-se a procura que o turismo residencial tem

provocado, que não o é apenas pelo sol e pelo mar. A acolhedora vivência, a

pacífica e motivadora convivência que tal provoca, fazem desta cidade sulina,

(aqui o tão prodigalizado termo «mano» é disso um testemunho fazem-nos

acreditar, sem ingenuidade, mas uma certeza, que o repúdio das olhanenses

gentes, é a resposta mais que evidente a este execrável caso, que todos

repudiamos e exigimos justiça se faça!


JOÃO LEAL

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