O CORETO QUE URGE RESTAURAR
É um dos ex-libris da capital sulina e ícone desta cidade à beira - Ria plantada.
Desde centro este espaço citadino o foi de assinalada importância, havendo
testemunhos coevos que já o seria no princípio da ocupação cristã. Foi -o sempre pois
ainda antes do século XVII já ali se erguiam os importantes edifícios do Hospital e da
Capela da Misericórdia.
Na reunião da Câmara Municipal realizada e 13 de Julho de 1893 foi tomada a
deliberação de «consultar as duas fábricas mais acreditada do País solicitando
desenhos de coretos de ferro...». A única resposta veio da acreditada Companhia
Aliança, do Porto, iniciando-se, muito provavelmente a sua edificação no ano seguinte
(1 894), destinando-se o mesmo, como assinala o douto farense Prof. Doutor Francisco
Lameira («Edificações Notáveis de Faro», Câmara Municipal, 1997») «para
apresentação de bandas e concertos musicais)».
Co um estilo de arquitectura civil oitocentista, tem planta centralizada octogonal,
com parapeito gradeado e cobertura piramidal. Foi instalado na «Praça da Rainha», em
homenagem à soberana D. Amélia de Orleães, esposa do Rei D. Carlos, que então
visitavam o algarvio. Isto nos finais do século XIX, quando já ali se erguia o «Jardim do
Bacalhau», actual «Jardim Manuel Bivar», nome que lhe era dado pela semelhança
geométrica com o saboroso peixe do Atlântico Norte tão apreciado das nossas gentes.
O seu actual nome constitui uma homenagem ao ilustre farense que foi Manuel de
Bivar Gomes da Costa Weinholtz (político, engenheiro agrónomo, reitor do Liceu, vice -
presidente do Município e grande benemérito, nascido a 5 de Janeiro de 1860 no
ribeirinho Palácio Bivar). Tem sofrido alterações ao longo dos tempos entre as quais a
belíssima «calçada á portuguesa», com um desenho da autoria do artista farense
Roberto Nobre, referente aos Descobrimentos.
Mas o Coreto, voltando ao tema central desta «Crónica de Faro», necessita de há
anos de ser restaurado. Vedado para o efeito o está há muito, muito tempo...Mas as
obras tardam e impõem-se com evidente urgência, como o exigem o próprio Coreto e
a memória das gentes farenses, que ainda se lembram dos concertos pela Bandas
Regimentais, da Legião e do «Sport Lisboa» e de alguns maestros entre os quais
Herculano Rocha.
No espaço interior do futuro renovado Coreto deve aproveitar-se para nele serem
construídas instalações sanitárias, bem necessárias naquela movimentada zona da
baixa de Faro.
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