quarta-feira, 12 de abril de 2023

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



UMA NOVA SOCIEDADE DAQUI A POUCO (FUTURO)


Cheira-se já entre nós, sente-se vive-se no quotidiano, os alvores de uma

nova vivência comunitária, numa sociedade pluri-étnica e pluralista, bem

diferente da que era a tradicional. Portugal foi sempre um país de forte corrente

emigratória e o defícite demográfico é hoje compensado ou atenuado pela forte

presença de ex - turistas hoje residentes, vindos sobretudo da Europa Central e

Ilhas Britânicas, de oriundos dos PALOP,S (Países de Língua Oficial

Portuguesa), de modo próprio das ex colónias tornadas países independentes

após o 25 de Abril de 1974 e do Brasil e das novas correntes dos chamados

Países de Leste, da Ucrânia por virtude da guerra com a Rússia, bem como de

outras mais estranhas culturas, casos do Paquistão, Bengladesh, etc.

Vem todo este pensar a propósito das exigências que nos são colocadas,

face a essas já expressivas populações, citando-se ainda o caso insofismável

da frequência da Universidade do Algarve, com um activo oriundo de dezenas

de países das mais díspares origens.

Os hábitos e costumes desses novos vizinhos, as suas naturais exigências

culturais e outras, o que é preciso fazer para responder cabalmente às

exigências naturais das mesmas, levantam um mundo da necessidade de

infraestruturas físicas e mentais, que vão dos templos religiosos às escolas e à

cadeia alimentar.

Não se trata de estarmos sujeitos a uma nova colonização, nem de forçar

os povos vindouros a se adaptarem totalmente aos nossos seculares usos e

costumes.

É uma vivência nova esta que enfrentamos, que se encontra já ali ao virar

da esquina. Um caso, diríamos, doméstico, o que nos acontece nas manhãs de

Domingo, após a habitual visita ao Mercado Agrícola do Carmo. Quer neste

«mundo de procura e oferta dos produtos naturais», como no próprio ali perto

situado («O Seu Café») é ver a frequência de muitas e desvairadas gentes.

Um mundo novo, formado por muitas etnias, hábitos, trajes e línguas,

surge-nos numa constância e imagem que não nos era familiar.

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