«SE EXCEPTUARMOS AS RUAS DE OLHÃO..»
Ramalho Ortigão, o grande escritor, que alternadamente com
outro dos maiores Eça de Queirós, escreveu talvez o primeiro romance policial
português «O mistério da Estrada de Sintra» (1 870) deixou um raro elogio à
então «Vila de Olhão da Restauração».
Escreveu, no livro «As Praias de Portugal» (1ª edição em 1 876 -
«Magalhães & Godinho, Editores») e no capítulo dedicado à Ericeira:
«Se exceptuarmos Olhão, no Algarve, é esta a terra mais
asseada de Portugal. As ruas estão escrupulosamente varridas como as de um
jardim. As mais pequenas casas têm as vidraças nitidamente lavadas e as
paredes exteriores caiadas de branco...».
Foi graças à generosa troca epistolar com o nosso amigo e
companheiro rotário alcobacense José Manuel Patrício da Silva, que obtivemos
esta referência à terra olhanense. Um elogio do mais alto valor e que tanto
prestigiou Olhão, sobretudo se nos lembrarmos da inexistência da rede
sanitária, mas do empenho das mulheres olhanenses, o eram «o espalho da
casa».
José Duarte Ramalho Ortigão nasceu na freguesia de Santo
Ildefonso, no Porto (24 / 07 / 1831) e faleceu em Lisboa (7 de Setembro de
1915) e na referida obra «Praias de Portugal» (um livro pioneiro no jornalismo
turístico, hoje tão em voga) assinala sobre os Oceanos:
«Parecendo separar o homem, o belo deste eterno do Mar, é reuni-
los».
Valioso e benquisto escrito de um notável prosador que há tantos
anos elogiou esta Olhão, que amamos.
JOÃO LEAL
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