domingo, 10 de julho de 2011

SEDUÇÃO
Por Montinho

Serão estes tempos difíceis, caros Costeletas, que põem à prova a nossa pseudo-criatividade de escritores/comentadores apaixonados e nos fazem tirar da cartola as mais criativas ideias, para não deixar que o nosso charme entre em saldo negativo.
Vejamos.
Apreciem esta crónica com algum charme de sedução saudosista.
No momento actual se, para muitosde nós, o orçamento não dá para o restaurante ou um ramo de flores, há que tirar partido do que se apresenta ao nosso alcance. Por exemplo… se me permitem poderei perguntar se se recordam quando foi a última vez que tomou banho com o seu par. E aquela vez amorosa dentro do automóvel. E a última vez que dividiramo único prato, chegando o garfo um à boca do outro.
Deixemo-nos de coisas e voltemos à adolescência… Pois é lá que reside a nossa memória de paixão ofegante, de desejo desesperado e de aventura. Entrem os dois na banheira inesperadamente… Massajem-se com o gel de banho e usufruam da água que transforma os corpos em fluído…Não tenham preconceitos porque a sedução não os deve ter. Transformem uma viagem de carro no melhor quarto de um belo hotel… Pois a paixão é que transforma a brasa em fogo…
Sedução?
Não!
Regressem à realidade… Crise da idade e recordação da adolescência?
Recordar é viver!
Gostou?

Pé de página: - escrevi esta crónica de sedução adulta para ver se as criancinhas se envergonham e se queimam no fogo da brasa. Um abraço para o Palmeiro para continuar a tocar o “acordeão”.

OS MARAFADOS NO CAFÉ ACORDEÃO

A pesquisadora e o alentejano

A pesquisadora do ministério da agricultura bate à porta de um montinho perdido bem no interior do Alentejo profundo, essa parte de Portugal que foi descoberta por um ilustre costeleta.
Foi atendida pelo compadre ainda em ceroulas, que meio entalado na porta, se dispôs a responder a um inquérito:
- Esta terra dá trigo? Pergunta a pesquisadora.
- Nã, senhora! Responde o alentejano
- Dá batata? Também nã senhora!
- Dá arroz? ,Nunca deu!
- Dá milho? De jeinenhum
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah!... Se prantar é diferente.

Palmeiro enviou
Rogério colocou
O PENSAMENTO

O velho de olhar basso, cabisbaixo, via a vida a encurtecer. Enexoralvelmente o prazo chegava ao fim. Restava-lhe algo que nunca o abandonara. A memória. Essa maldita, tão boa e tão má, vivia com ele e fazia-o viver, pior, enganava-o por momentos, às vezes só flashs, relampagos momentâneos, outras não, ficava ali parada como ele, levava-o nas asas do pensamento aos lugares onde olhares ele havia trocado com alguém, fazia-o reviver dialogos curtos, talvez mesmo juras de amôr eterno, (quem as não fez e não as escutou ?) coisas marcantes ou marcas da juventude, como se as estivesse vivendo ou revivendo e aí o velho,num acto de ira, num sacudão nele próprio, estremecia, agitava-se, olhava à volta, amaldiçoava a memória mas não podia viver sem ela. Era seu destino viver com o pensamento... E seguia, dia após dia vivendo das lembranças de um passado senão glorioso pelo menos bem vivido.

Dedico ao joão meu amigo de todas as horas... retirado de “retalhos de pensamento”

Se fôr publicado....um abraço para todos

Diogo

COMENTÁRIO
EM FORMA DE CRÓNICA

Por João Brito Sousa

Olá Montinho

Apesar de já ter dito aqui que sou contra os anonimatos, o que, diga-se, mantenho, este texto do Montinho obriga-me a dizer-lhe muito obrigado, não só porque começa com um “olá João” e termina com um abraço, que entendo ser-me dirigido, mas também porque o texto me agarrou, pela estética e conteúdo.

Começando pelo fim do texto, direi que há que respeitar a forma como cada um encara a vida, o presente e o passado, o Montinho terá a sua forma de se expressar, eu tenho a minha, outros terão as suas. As minhas referências á Amália e ao António Silva e outras, são minhas recordações de outros tempos e coloquei-as aí. Porque sou da saudade. Diga-se desde já, para evitar confusões que as citações do Montinho, não me agridem em nada. É uma atitude, nada mais.

O texto em si, deixou-me surpreendido de duas / três maneiras, por me ser dirigido, pela bonita história que contém e pela força que transmite. Não é com choraminguices que lá vamos, é verdade, mas nos momentos difíceis, temos que ir buscar forças onde elas existem e às vezes é na saudade. Não acredito que todos sejam assim tão fortes que não peguem uma vez por outra num disco da Amália ou do Zeca Afonso.

Ao fim dos dias tenho sempre aquela sensação de perda, disse José Saramago.

É muito difícil ser Homem disse Hemingway .

Eu penso que a vida não é perfeita e que somos nós que nos temos de adaptar a ela. Penso que quereríamos da vida outra coisa, mas isso, ela não nos pode dar. E é aqui, neste palco, o lugar onde todos nós representamos ou vivemos, que devemos colocar em prática os valores e princípios éticos vigentes.

No meio disto tudo está o homem, que, convenhamos, tem tido uma evolução pouco palpável.

Anda às aranhas.

Parece-me.

Ab.

CANTINHO DOS MARAFADOS

Balcão de atendimento
da companhia aérea GOL

Tinha decidido não dar qualquer tipo de resposta ao anónimo ou à anónima, sobre o comentário ao texto referenciado, uma vez que a situação de anonimato é indigna e covarde. No entanto, e dado que os pressupostos que me levaram a enviar para publicação o episódio descrito, são em meu entender, relevantes, acabei por optar não ficar mudo e indiferente.
Quem me conhece sabe que não sou homem de palavrão fácil e gratuito e no caso presente o melindroso anónimo(a) simplesmente intuiu, diga-se que intuiu bem, porque o que ele(a) pensou era exactamente o que eu queria dizer.
Quero agradecer os comentários que foram feitos pelos colegas e que me permitiram perceber que a família costeleta compreendeu e fez uma leitura correcta do que eu pretendia ao enviar para publicação o texto em causa.
Não posso deixar de realçar os três principais motivos que me levaram a enviar para publicação o polémico episódio:
Primeiro: - O sentido de humor, de justiça e de bem servir da funcionária em causa.
Segundo: - Este bem mais sério mas não menos digno. Quando recebi a descrição, não era feita qualquer referência ao nome da companhia. Eu tinha acabado de ler a notícia de que os principais responsáveis ( dois pilotos norte americanos) pelo acidente ocorrido em 28 de Setembro de 2006, com um avião da GOL (voo 1907) com 154 pessoas a bordo, do qual não houve sobreviventes, tinham ficado impunes, de imediato me ocorreu citar o nome desta companhia, que apesar de toda a desgraça parece que teve um comportamento sério.
Terceiro: - O colega António Encarnação, faz no seu comentário uma pequena abordagem ao perguntar se o tal passageiro seria familiar do anónimo(a). O caminho era de facto esse, uma vez que de imediato relacionei a atitude do passageiro com as atitudes que se tornaram comuns neste cantinho à beira mar plantado, em que um telefonema é suficiente para que alguém passe à frente de dezenas ou centenas de infelizes, há horas esperando por um qualquer atendimento em um qualquer balcão.
Por coincidência, naquele mesmo dia foi publicada uma notícia, em que um dos “manda chuva” da “face oculta”, ou descoberta, para eles tanto faz, tinha ligado a uma médica porque precisava de um atestado médico, naquele mesmo dia, naquela hora, no minuto se fosse possível. A prestável doutora, apesar da denúncia, subserviente lá passou o atestadozinho, não fosse o diabo tecê-las e o partido do “figurão” vir a ganhar as eleições.
As coisas que eu li nas entrelinhas daquele episódio humorístico, verídico ou fictício, mas que para o/a anónimo/a foi reduzido a um palavrão que eu não escrevi mas sugeri. Pobre povo, infestado de falsos puritanos.
Meu caro anónimo(a) pornográfico, palavrão, tudo o que a sua moral caduca considera impróprio, são outros termos, por exemplo: - Corrupção, fome, miséria e tantos outros da mesma laia que seria exaustivo enumerar.
Em tempo: Não se preocupe caro anónimo(a) com os tais jovens que cita. Se precisar de saber alguma coisa sobre sexo ou palavrão, pergunte-lhes, tenho a certeza que será muito bem esclarecido(a)
Não voltarei mais a este assunto.

Um abraço para todos

António Viegas Palmeiro