XXXIII – As lembranças do
Grémio
OPINIÃO | JOÃO LEAL
A excelência do escrito, inserto num
site informático e da autoria do devotado olhanense Dr. António Paula Brito
(vice-presidente da Associação de Valorização do Património Cultural e
Ambiental de Olhão) sobre a demolição do edifício onde, durante décadas, cremos
que nos anos da sua história, a sociedade recreativa conhecida por Grémio,
trouxe-nos à memória, recordações mil de alegres noites ali vividas e
convividas.
Ponto de encontro e companheirismo
reunia famílias e jovens nos seus frequentados bailes, onde o respeito e a
estima, eram notas salientes e fomentadoras de novas e mais assíduas amizades,
isto para lembrar também os muitos casamentos que ali tiveram origem.
Situado na zona sempre conhecida por
largo do Grémio, paredes meias com a Rua das Lavadeiras, um historial nas
celebrações dos santos populares na então Vila Cubista, o imóvel que se
encontrava, de há muito, em adiantado estado de degradação por via da
inatividade associativa, tal como aconteceu por esse país fora com tantas
outras instituições recreativas e culturais, foi-o também um ponto de encontro
entre gentes de Faro e Olhão, que ali ocorriam, com relevância própria em
épocas festivas, como a passagem de ano, o Carnaval, etc.
É mais uma memória construída e vivida
por gerações que desaparece nesta cidade capital da Ria Formosa e cuja
demolição e o mencionado e douto parecer citados nos alerta para a plena
necessidade de preservar um passado que em si mesmo comportou e também a
identidade da terra olhanense.
A lembrança de gerações de sócios e dirigentes que tudo fizeram em prol do
Grémio determina um profundo sentimento de grata homenagem. A lembrança das
noites e saudosas jornadas ali vividas suscita-nos lembranças mil que fazem
parte desse período da nossa existência nesta “Cidade de Olhão da Restauração”.
Sobretudo do escrito/opinião assinado
pelo Dr. António Paula Brito fica-nos a necessidade plena, imediata e decidida
de, como ele expressou: “ou seguimos um modelo económico que passa pela
destruição das referências patrimoniais do passado… ou seguimos um modelo que
passa pelo fortalecimento da nossa identidade”.
João Leal
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