Um texto de ficção científica de
Manuel Inocêncio da Costa
MORTE NA FEDERAÇÃO GALÁCTICA (Continuação)
Quando chegaram Oriega e os companheiros, vinham um pouco estafados da
viagem, e, desejosos de comer uma refeição feita na hora. Assim foram
rapidamente ao restaurante "O Cavalo Malhado", que Oriega sempre
visitava, quando tinha que se deslocar a Oca.
Depois da refeição e de deixar a mulher e as filhas na Hospedaria dos
Governadores, foi apresentar cumprimentos à Assembleia
do Grande Conselho, na pessoa de Jovial, o membro interino que substituía
o falecido presidente e receber dele a credencial, que o habilitava a concorrer
à presidência
ou à vice
presidência. Já lá se encontravam governadores e governadoras de outros
planetas. Todos conhecidos, pois de três em três meses, todos se reuniam ora na
sede de um planeta ora n sede de um outro, para deliberar e resolver os
problemas mais delicados da Federação.
Nos
quatro dias seguintes teve lugar o funeral de Simprónio. Foram cerimónias simples, em virtude do estado de crise,
da Federação. Sobressaiu um grande desfile militar, em que foram mostradas as mais
modernas e terríveis armas da Federação. Além disso apenas foi feito um ligeiro
panegírico de Simprónio, que se
destinguira no seu mandato, pelo seu bom senso, honestidade, imparcialidade e
humanismo com que tratara todos os povos da Federação.
No outro dia tiveram lugar as provas. Provas muito difíceis. Na
gigantesca sala da Federação, onde habitualmente reunia o Grande Conselho,
Jovial, depois de informado pelo grande Júri, e, depois do Grande Conselho os
ter ratificado, anunciou os resultados. Nenhum candidato obtivera a pontuação
máxima, informou. E, continuou: Broma,
o governador de Xisto, fez provas brilhantes.
Obteve vinte e dois pontos e meio. Ouvido isto, ouviu-se uma grande ovação, em
toda a imensa sala. Oriega aplaudiu
também calorosamente. Broma era seu
amigo pessoal, e, ele sabia que Broma
era um sábio e uma pessoa excepcional. lria dar-lhe um abraço de parabéns assim
que acabasse a cerimónia, assim como lhe diria, que estaria sempre disponível
para colaborar, em tudo quanto fosse necessário a bem da Federação.
Mas o assunto não estava encerrado. Jovial
pediu silêncio, e, com voz emocionada continuou. Clara, governadora de Miriam obteve vinte e três pontos. A
estupefacção não foi muita. Uma ovação ainda mais estrondosa que a primeira,
ecoou, levando minutos até se extinguir. Pensava-se terem sido encontrados os
vencedores - Broma e Clara. Clara era conhecida em toda a Galáxia. Engenheira aeronáutica,
leccionava em várias universidades e fora nomeada comandante chefe de todas as
forças armadas da Federação. Oriega
conhecia-a bem. Servira sob as suas ordens, na última guerra da Federação,
contra os rebeldes dos Planetas Micos e Lavos.
Continua
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