UM PRÉDIO ICÓNICO
Trata-se de um imóvel, pela sua singular arquitectura, o existente no
gaveto das Ruas do Alportel e da Cruz das Mestras. Singular na verdade atrai
pelas suas linhas e multiplicidade usos que o vai da habitação (1º andar de
«quatro águas) à existência de uma unidade de panificação, a «Padaria do
Largo de São Pedro» e que outrora, quando havia o poço fronteiro, se chamou
de «Padaria Lisbonense». Recordo-me das letras que identificavam o negócio,
artisticamente pintadas, como era uso na época, por esse genial artista, que foi
o pintor Artur Costa. Era o popular e aplaudido «Charlot» que, no Carnaval,
alegrava as ruas de Faro, com a sua impecável imitação do Charles Chaplin.
O conjunto dispõe ainda de alta chaminé, por onde saem os fumos dos
fornos e à entrada um artístico painel de azulejos em honra de São Gonçalo de
Lagos, cujo culto teve um grande dinamizador na pessoa do saudoso Coronel
Eng. Sande Lemos, o benemérito farense, que foi proprietário do imóvel em
referência.
De há tempos a esta parte ostenta o letreiro «Vende-se», o que é um
direito pleno dos seus actuais proprietários, creio que a benemérita e
respeitada Família Aboim Ascensão / Sande Lemos. Até aqui tudo normal não
fora o pouco cuidado aspecto do imóvel, situação aceitável para a situação de
venda em que se encontra.
O nosso receio, apenas e só motivados pela defesa do património
farense, reside no futuro a que se reserva para o imóvel. Será para construir
mais betão, como aconteceu com o seu vizinho do lado.
Dadas as suas características e o que representa para a cidade,
sugere-se a sua aquisição pelo Município, dado que usos não lhe faltam e a
plena preservação da sua arquitectura.
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