domingo, 23 de julho de 2023

, ,CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL


«FAMÍLIA ALGARVIA»


Foi um dos momentos de mais relevante sensibilidade e emotividade

aquele em que a Dra. Elsa Vaz (filha do artista e professor Isolino Vaz e

presidente da Associação que ostenta o nome deste mestre do neorealismo)

ofertou ao Município de Faro e, portanto, a todo o concelho farense, cujo

património, no que a obras de arte respeita, muito veio enriquecer, o óleo

intitulado «Família Algarvia».

Aconteceu durante a apresentação no Museu Municipal do catálogo

«Isolino Vaz, um homem diferente», que contou com diversos apoios e

parcerias e culmina as comemorações, de modo especial a exposição que ali

esteve patente, do 1º centenário do nascimento do artista, ocorrido em Vila

Nova de Gaia, em 1922.

Pedagogo (Porto, Lisboa, etc.), pintor, escultor, ceramista, medalhista,

vitralista e tudo o mesmo em que na Arte, que em si mesmo encarnava, criou

uma forte paixão pelos areais da Faro insular, quando em meados da década

de 60 do século passado «descobriu» esse paraíso natural que era a Ilha do

Faro . Ali fez longas temporadas, admirando desde a placidez das águas

oceânicas do Mar Atlântico ou da Ria Formosa, a toda a paisagem do lado

terrestre, com Olhão, Faro, o Serro de São Miguel e todo o mais, num cenário

de fundo de rara magia e suave encanto.

Apaixonou-se pela ponte meridional do continente português e pelas

suas gentes que pintou, divulgou e comungar neste «homem diferente». Foi até

à década de 90 (Isolino faleceu em Lisboa, no Hospital da Cruz Vermelha, a 21

de Julho de 1992) que este nortenho / farense viveu e fez-se «irmão» da Ilha

do Farol.

Uma paixão que deu telas, desenhos, promoção e querer por este

neorrealista inconformado que, por exemplo, num dos seus magníficos auto -

retratos nos aponta o dedo não é acusatório mas um convite a entrar no mundo

fraterno por ele criado e vivido.

Quando admiramos as obras pictóricas de Mestre Isolino ocorre-nos de

imediato, todas essas figuras criadas pelo nosso Assis Esperança, nos seus

romances, como «Servidão» ou «Fronteiras». É o mesmo homem que nos

saúda, interroga e nos penetra, como acontece nesta «Família Algarvia».

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