«FAMÍLIA ALGARVIA»
Foi um dos momentos de mais relevante sensibilidade e emotividade
aquele em que a Dra. Elsa Vaz (filha do artista e professor Isolino Vaz e
presidente da Associação que ostenta o nome deste mestre do neorealismo)
ofertou ao Município de Faro e, portanto, a todo o concelho farense, cujo
património, no que a obras de arte respeita, muito veio enriquecer, o óleo
intitulado «Família Algarvia».
Aconteceu durante a apresentação no Museu Municipal do catálogo
«Isolino Vaz, um homem diferente», que contou com diversos apoios e
parcerias e culmina as comemorações, de modo especial a exposição que ali
esteve patente, do 1º centenário do nascimento do artista, ocorrido em Vila
Nova de Gaia, em 1922.
Pedagogo (Porto, Lisboa, etc.), pintor, escultor, ceramista, medalhista,
vitralista e tudo o mesmo em que na Arte, que em si mesmo encarnava, criou
uma forte paixão pelos areais da Faro insular, quando em meados da década
de 60 do século passado «descobriu» esse paraíso natural que era a Ilha do
Faro . Ali fez longas temporadas, admirando desde a placidez das águas
oceânicas do Mar Atlântico ou da Ria Formosa, a toda a paisagem do lado
terrestre, com Olhão, Faro, o Serro de São Miguel e todo o mais, num cenário
de fundo de rara magia e suave encanto.
Apaixonou-se pela ponte meridional do continente português e pelas
suas gentes que pintou, divulgou e comungar neste «homem diferente». Foi até
à década de 90 (Isolino faleceu em Lisboa, no Hospital da Cruz Vermelha, a 21
de Julho de 1992) que este nortenho / farense viveu e fez-se «irmão» da Ilha
do Farol.
Uma paixão que deu telas, desenhos, promoção e querer por este
neorrealista inconformado que, por exemplo, num dos seus magníficos auto -
retratos nos aponta o dedo não é acusatório mas um convite a entrar no mundo
fraterno por ele criado e vivido.
Quando admiramos as obras pictóricas de Mestre Isolino ocorre-nos de
imediato, todas essas figuras criadas pelo nosso Assis Esperança, nos seus
romances, como «Servidão» ou «Fronteiras». É o mesmo homem que nos
saúda, interroga e nos penetra, como acontece nesta «Família Algarvia».
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