AQUELA «BANQUINHA»
Era-o mesmo uma «banquinha», recheada de bocas cava a terra,
camarões da ria, santolinhas, caranguejos, burriés, ovas secas de polvo e todo
um mundo de sabores que atraíam meio Algarve aquele bocado de Olhão,
porta de entrada na Barreta.
Situava-se na Praça Patrão Joaquim Lopes, frente ao ícónico edifício da
antiga Alfândega e da «Barra Nova», a típica taberna olhanense que meio País
conhecia.
Junto à «banquinha», uma espécie de caixa de transporte de peixe, em
madeira, um mariscador, cujos traços fisionómicos marcavam, uma vez mais, a
ascendência magrebina de grande parte das «nossas gentes» e que, nos
canais, sapais e águas da fronteiriça Ria Formosa, fizera a sua maré
apanhando estes produtos. A «Barra Nova», onde conhecemos o sempre
saudoso e acolhedor, mais tarde, prestigiado advogado, o dr. João Ladeira,
nunca devia ter desaparecido. Fazia parte da memória de Olhão, tal como os
vizinhos «Portas de Ferro» ou a «Casa Pires».
Depois, lá dentro, eram os reservados ou o balcão corrido e um chão
sempre coberto de serradura para absolver o que não era desejável. Petisco
haviam-no sempre, mas eram os adquiridos na tal «banquinha» que ganhavam
a preferência.
Recordações de uma Olhão, que saudosamente recordamos e já não
existe!
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