sábado, 17 de agosto de 2024

CRÓNICA DE FARO . JOÃO LEAL

O «17 DE AGOSTO»


       É uma data de um profundo significado e de uma hipersensibilidade para mim, daqueles dias ou efeméride que nos trazem sempre lembranças fraternas e um recordar de mundos havidos e vividos. Hoje, mais do que ontem e nunca se sabe se o futuro que haverá ou não o reviver das motivações.

       «Dezassete de Agosto» é o dia em que se vivos fossem se comemora o aniversário natalício de dois grandes amigos, como irmãos carnais, dos melhores amigos que vida tive e chamados que o foram para o Além.

        Vivem em minha saudade como a transparência de claras águas que os anos passam e as tornam mais e mais presentes na minha mais saudosa recordação.

            O jornalista JOSÉ BARÂO (no escrever autêntico da «monchiqueira» Glória Marreiros - «dos maiores repórteres que Portugal houve...»), fundador e director de «Jornal do Algarve» (1957), o «Times», como ele sempre designava o jornal, cuja paternidade lhe é devida, nasceu em Vila Real de Santo António, a 17 de Agosto de 1904. Muito jovem criou, com outros amigos, na sua terra natal, o jornal «Os Novos». Foi depois toda uma vida em Lisboa, onde trabalhou em vários diários e a criação, também com um grupo de amigos, que amigos todos eles eram, corria o mês de Março de 1957 do semanário «Jornal do Algarve». Três anos volvidos (1960) lançou com a «Operação Algarve / Turismo) talvez a maior operação havida na Região - Mãe. José Barão faleceu em Lisboa (Casa de Saúde das Amoreiras) em 30 / 08 / 1966, com esse pedido final de «Não deixem morrer o Times». De permeio toda uma vida consagrada ao Algarve e à Imprensa, havendo dirigido a Casa do Algarve e a Casa da Imprensa. Ao evocarmos a saudosa lembrança do «patrão» como afectuosamente o tratávamos, homenageamos também a memória de sua esposa de sempre, D. Ana Baptista Barão.

            Foi outro sim num 17 de Agosto, mas do ano de 1935, que nos Vilarinhos (São Brás de Alportel) nasceu outro dos grandes amigos que na vida houvemos, como de um verdadeiro irmão, o sempre lembrado Henrique Luís de BRITO FIGUEIRA. Menino e moço veio para Faro (Alto Rodes) para servir, porque outra inclinação (e se bem nos conhecíamos) não houve na sua activa vida. Foi-o na direcção de múltiplas associações (Farense, Rotary, Associação de Futebol, Bombeiros Voluntários, Montepio dos Artistas, Clube Popular de Faro, etc., etc.) Foi um autêntico servidor de causas este «meu irmão» que, profissionalmente atingiu, muito jovem, o cargo do «mais novo chefe de secretaria de todas as Direcções de Estradas do País».

     17 de Agosto - a lembrança, a saudade e o orgulho de haver tido ao longo da vida dois dos melhores amigos de sempre - JOSÉ BARÂO e BRITO FIGUEIRA.



                                                                                     JOÃO LEAL

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