terça-feira, 18 de agosto de 2009

RECOMENDO


MIGUEL SOUSA TAVARES EM


"NO TEU DESERTO."

MST ao seu melhor estilo. Consegue fazer dum tema banal uma obra prima, uma obra de um humanismo profundo, com esta característica fantástica. É bruto com ternura, zanga-se com delicadeza, estrebucha com harmonia e princípios.

O livro começa com esta frase extraordinária "Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais já náo escreves, porque não te resta nada para dizer"

A escrita de MST é límpida, transparente, actual e elegante. Naquela cena da velha de oitenta anos, ele diz, vous etes la plus belle e a senhora retruca,oh jeune homme, belle est la jeunesse.

Ler MST, é estar perante a literatura arte, que faz pensar, que amacia o coração, que nos encosta à parede e o tempo passa.

As suas zangas com Claudia, são de morte. Ela amua e vai-se embora, vai andar de mota. Volta um dia depois, vai andar com os motards. Às tantas diz-lhe...ou pergunta-lhe... estás zangado....

Entretanto MST fuma um puro. Engana-se na rota e engata o Chefe da Alfândega para entrar porque chegou atrasado ao barco.

Vale a pena.

JORGE AMADO disse, não sou crítico literário mas sei o que é bom e o que é mau. È isso aí. Este MST é mesmo bom.

texto de
JBS

CRÓNICAS DA SEMANA (9)


Ali, com início no Arco da Vila, fica a rua do Municipio. Era lá a nossa Escola!

“FAZER PAREDE”


Alguém, num comentário publicado, falava sobre “dignidade”. Não interessa quem.

A história que hoje vos trago inédita, passou-se nos anos 40. Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, da rua do Município. O “Chefe da Turma” era o saudoso Júlio Correia, que mais tarde viria a casar com a Costeleta Maria Isabel Leiria. A memória já vai falhando nestes cerca de 60 anos já passados. Mas recordo alguns colegas de turma Albertino Bota, Feliciano Guerreiro de Matos (o saudoso Chatinho), o Bastos, que mais tarde se fixaria no Banco Ultramarino, o César Nobre, creio que no banco Pinto e Soto Mayor, o Otílio Dourado (o “manda chuva” do Rancho Folclórico da Luz de Tavira, com o seu “baile mandado” e que era o Chefe dos Correios) e outros.
Tínhamos um Professor simpático, que não me recordo o nome. O Júlio dizia-lhe: - “Sô Tôr”. se precisar de tratar de algum assunto, a “malta” colabora. E um dia o Professor comunicou ao Júlio que, por motivos pessoais, faltaria a uma aula. Respondeu o Júlio - Não falta nada, porque a turma fará “parede”. E assim foi. Ordem para toda a turma ir para o Largo da Sé jogar com a trapeira. Mas, ficaram alguns de “piquete” no corredor para que a ordem do “Chefe” se cumprisse. Havia alguns “caloiros”, meninos da mamã, que queriam “furar a parede”. Umas caldaças e pontapés no rabo e todos para o largo da Sé. E o Professor, depois do segundo toque, lá foi tratar dos seus assuntos sem falta marcada, agradecendo ao Júlio, e à Turma, a ajuda.
Convém recordar que os Professores eram quase todos provisórios e quando faltavam era-lhes descontado no vencimento...
Naquele tempo fazia-se. Hoje, as faltas colectivas são punidas.
Pode considerar-se a história desta crónica como a antítese da outra do “caracol amarelo”. E, porque, não sendo uma transcrição, é ou não digna de se contar? Ou será que só as nossas “tropelias” é que têm valor como recordação histórica?
E, para terminar esta pequena crónica, deixo aqui uma chamada de atenção: - porque se utiliza Tomás Cabreira com s quando está registado com z?. Tomaz António da Guarda Cabreira.
Gostei de ter contribuído com estas 9 crónicas. Gostei imenso, aliás como todos gostam, dos comentários. Não sei se voltarei… penso colocar a “tampa na esferográfica”. A cidade, a praia, o campo e… chamam por mim. Faço "PAREDE" Um abraço para todos.

Alfredo Mingau - Costeleta dos anos 40
Recebido e colocado por Rogério Coelho

COMENTÁRIOS

Jorge Tavares


O nosso blogue....comentários!

Iniciei a minha colaboração no blogue da AAAETC desprovido de quaisquer idéias pré-concebidas sobre os conteúdos que deviam ou não ser escritos e transcritos.

Posteriormente, e conforme tive ocasião de me manifestar por escrito, sugeri algum cuidado na colocação de textos fracturantes, particularmente sobre política e religião, o que aliás, não é mais do que prevêm os estatutos da AAAETC.

Em face deste meu posicionamento, diversifiquei os meus textos com temas actuais ( economia, impostos ), retratos da vida quotidiana ( empresários de hotelaria), poesia ( transcrição de poemas ), anedotas com algum picante, lembranças da "nossa escola" ( histórias verdadeiras com alunos e professores), lembrei pela primeira vez TODOS os contínuos do nosso tempo, escrevi sobre Faro, recordei a nossa juventude, sempre com uma mensagem para os nossos jovens, comentei textos de outros, quando julguei interessante fazê-lo, enfim, "entreguei-me" ao blogue de coração aberto.

Estes últimos dias foram férteis em comentários diversos: Legítimos e que me dispenso de comentar!

A todos os costeletas e leitores deste blogue quero apenas afirmar que continuarei a escrever, e em cada momento o que minha inspiração ditar, sem constrangimentos, nem preocupações sobre se vão ter comentários ou não.

A propósito do meu último escrito, resta-me acrescentar com tristeza que, no decorrer duma mudança de casa, se extraviou a minha colecção de livros do CAVALEIRO ANDANTE e que, se tal não tem acontecido, já teria por certo voltado a relê-los. Não uma, mas variadas vezes! Sabem? Às vezes gosto de voltar a ser criança!


JORGE TAVARES

costeleta 1950/56
Recebido e colocado por Rogério Coelho

NO FUNDO ... BEM LÁ NO FUNDO


NOTEI...

Afinal ninguém desistiu...
Estão todos cá
E falaram
E ficaram ...

E se alguma lágrima caiu
ninguém viu...

Mas notei
que há uma vontade
de união

os costeletas são assim
são o que são ...

Creio não haver condições
para descrever
a alegria de viver
nas palavras trocadas

entre o Jorge Tavares e o Maurício

A sensibilidade que nós os da 3ª ou da 4ª ...
e o mundo
a quem deveríamos estar atentos

Ó meu caro JORGE , estou feliz por ti
por ver no teu coração
a emoção
de um comentário
de reconhecimento
que vale por mil
ou por um milhão

no fundo

o que interessa é a participação
sim
mas... havendo algém que saiba reconhecer
o nosso trabalho
é bem melhor...
Jorge,
tu tens sido dos melhores
e dos maiores
a defender e a atacar
e a indicar
como é e como se faz

Jorge obrigado
Maurício obrigado
A. Gabadinho obrigado
Romualdo obrigado
Rogerinho Coelho obrigado
Diogo Costa Sousa obrigado
Alfredo Mingau obrigado

A todos obrigado

por parecerem que estão zangados

mas não, estamos enganados

mas...deixem-me retribuir
o abraço que o Mingau me enviou
Mingau aceita o meu abraço
porque eu conheço a vida
sofri
amei e perdi...

honradamente, sim
mas foi assim

a vida
não tem contemplações
é alheia às situações

segue o seu caminho

E a mim apenas me resta
enviar-vos
um grande abraço
que peço que o aceitem
por favor
enquanto eu vos envio
um texto de amor.


O AMOR

É um sentimento nobre que nos auxilia ou nos derrota. O amor é uma atitude expressa numa vontade surgida de um conjunto de circunstâncias que nos fazem obedecer, que nos fazem dizer, que nos fazem comunicar, que nos fazem olhar para dentro e fora de nós. O amor é o resultado de um encantamento pessoal que nos afecta e seduz.

O amor é posse.

Texto de
JBS

A LIBERDADE


LIBERDADE -POEMA DE PAUL ÉLUARD

Nos meus cadernos de aluno
Na minha carteira e nas árvores
Nos areais e na neve
Escrevo o teu nome
Em todas as páginas lidas
Em todas as páginas brancas
Pedra sangue papel cinza
Escrevo o teu nome
Sobre as imagens douradas
Nos estandartes guerreiros
Tal como na coroa dos reis
Escrevo o teu nome
Nas selvas e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
No eco da minha infância
Escrevo o teu nome
Nas maravilhas das noites
No pão branco dos dias
Nas estações enlaçadas
Escrevo o teu nome
Nos meus farrapos de azul
No pântano sol alterado
No lago luar vivente
Escrevo o teu nome
Nos campos do horizonte
Sobre umas asas de pássaro
Sobre o moinho das sombras
Escrevo o teu nome


Em cada sopro de aurora
Na água do mar e nos barcos
Na serrania demente
Escrevo o teu nome
Na clara espuma das nuvens
Nos suores da tempestade
Na chuva insípida e espessa
Escrevo o teu nome
Nas formas resplandecentes
Nos sinos de muitas cores
Sobre a verdade da física
Escrevo o teu nome
Nas veredas bem despertas
Nos caminhos descerrados
Nas praças que se extravasam
Escrevo o teu nome
Na lâmpada que se alumia
Na lâmpada que se apaga
Nas minhas casas unidas
Escrevo o teu nome
No fruto partido em dois
do meu espelho e do meu quarto
Na cama concha vazia
Escrevo o teu nome
No meu cão guloso e meigo
Nas suas orelhas erguidas
Na sua pata sem jeito
Escrevo o teu nome
Na soleira desta porta
Nas coisas familiares
Na língua de puro fogo
Escrevo o teu nome


Em toda a carne que tive
Na fronte dos meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo o teu nome
Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Muito acima do silêncio
Escrevo o teu nome
Nos meus refúgios desfeitos
Nos meus faróis aluídos
Nas paredes do meu tédio
Escrevo o teu nome
Na ausência sem desejo
Na solidão despojada
Na escadaria da morte
Escrevo o teu nome
Sobre a saúde refeita
Sobre o perigo dissipado
Sobre a esperança esquecida
Escrevo o teu nome
E pelo poder da palavra
Recomeço a minha vida
Nasci para te conhecer
Nasci para te nomear
Liberdade


Texto colocado por

JBS

POSTAL ILUSTRADO



Romualdo Cavaco






FOTOGRAFIA E LEGENDA ENVIADAS PELO ROMUALDO CAVACO




Profs. Desenho Américo Marinho e Celestino (este transferido para Santarém, onde se tornou muito conhecido pelas suas pinturas.


Alunos: 1º. plano: 2 olhanenses cujos nomes não recordo, Celestino Coelho (transferido pª. a Esc.de Silves;


atraz: Fontainhas, um olhannense (o de boina), Ludovico e Romualdo.Pede-se ajuda para o reconhecimento dos restantes.


Recebido e colocado por Rogério Coelho