quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

ACERCA DO TEXTO DO MINGAU, MARÉ VIVA.
Por João Brito Sousa (autorizado)

CORRESPONDÊNCIA TROCADA ENTRE OS COSTELETAS DIOGO e JOSÉ ELIAS MORENO.

Disse o Diogo para o Zé Elias.

"Que te pareceu o post do Mingau? O ultimo.
Para mim, que raras vezes comento, nao resisti e comentei!
Abraco
Diogo"

Resposta do Zé Elias,


"Li e reli o texto do Mingau.

Gostei, e para mim que quando estou em Faro , vivo num 6º andar ,frente à nossa Tomás Cabreira tendo o previlégio de admirar toda a Ria desde o Farol até ao Ancão,para lá do Pontal, é emocionante.Também vivi a Ria quando era puto,porque parte dos terrenos entre a praia dos Estudantes e o apeadeiro do Bom João, até à rua José de Matos, frente ao antigo Portão do Fialho adjacente à Casa dos Rapazes, eram do meu Avô materno.Foram expropriados para: com os inertes proceder à construção da actual estrada e Cais Comercial de Faro, bem como Estaleiro de Produção de Blocos de Betão, para a Barra do Porto Faro Olhão.Terminadas as obras, o espaço então vazio transformou-se naquilo a que os Costeletas chamaram o Estádio dos Blocos,onde se realizaram grandiosos encontros de futebol, entre os de Faro e os filhos de Olhão(Parra,Poeira,Zè Palminha ,Nuno, and so on) que ainda completamente alagados em suor abandonavam o jogo e corriam para o apeadeiro ,mal ouviam o apito da automotora a anunciar a partida de S.Francisco.

Tomei banho em cuecas e pesquei alcabrozes, charrocos e muxarras junto ao moínho da D.Francisquinha Grelha ,que me ensinou os segredos do moínho de maré e os primeiros rudimentos da Democracia.Está sábia moleira, tal como o meu pai, eram há muito tempo assinantes de um semanário muito apreciado entre tudo o que na altura se publicava.Chamava-se Gazeta do Sul, era publicado no Montijo e era o que eu costumava chamar de jornalismo agridoce, vinte anos antes de aparecer o Expresso.

Andei a navegar pelos canais da ria ao candeio, à redinha ao berbigão ao polvo e lingueirão.

Já podes ver quanto eu apreciei o texto do Mingau, e calcular o que eu não poderia também escrever se tivesse igual talento.

O teu comentário está absolutamente correcto.

Também tenho curiosidade em saber quem é este Mingau.


Acho que devemos dizer o que sentimos.

Gde Abraço
JEM "


Ps - Um grande abraço de parabens ao costeleta AM do JBS

DO CORREIO ELECTRÓNICO

FALANDO DE


José Vilhena      -    HUMORISTA - CARTOONISTA

Homenagem ao grande humorista José Vilhena, que tem na parede da salade jantar um quadro a óleo com a sua fotografia, onde está desenhado um par de cornos: diz, com uma cara muito séria, que é uma recordação do seu primeiro casamento.

Duas citações dele:

- A fruta roubada tem mais vitaminas.

- O último a rir é o que ri melhor, mas ri durante menos tempo...

IN Wikipédia, a enciclopédia livre.

José Alfredo Vilhena Rodrigues (Freixedas, Pinhel, 7 de Julho de 1927- ), escritor, pintor, cartoonista e humorista português. Frequentou a Escola de Belas-Artes do Porto, mas não chegou a concluir o curso de arquitectura.

Filho de professora primária e de proprietário agrícola, passa a sua infância na pequena terra das Freixedas, perto da cidade de Pinhel.
Aos dez anos de idade foi estudar para Lisboa, indo no meio da sua adolescência para o Porto, onde realizou um ano de tropa. Cursa arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto, mas fica pelo quarto ano, já que começa a desenhar para jornais.

Fixa-se em Lisboa, na zona do Bairro Alto, onde desenha cartoons para os jornais "Diário de Lisboa", "Cara Alegre" e "O Mundo Ri" durante os anos 50. Publica em 1956 Este Mundo e o Outro, a sua primeira colectânea de cartoons, e em 1959 Manual de Etiqueta, livro de textos humorísticos.

Durante os anos 60 a sua actividade de escritor desenvolve-se. Com o fim da revista "O Mundo Ri", publica uma grande quantidade de livros com textos humorísticos. Esses seus mesmos livros e desenhos, muitos deles usando a Censura como tema de paródia, provocaram-lhe problemas com a polícia, mais concretamente com a PIDE, que lhe apreendeu constantemente escritos e lhe causou três estadias na prisão, em 1962, 1964 e 1966. Isso tornou-o muito popular na época. Até ao 25 de Abril de 1974 Vilhena redigiu cerca de 70 livros.

Após a Revolução de Abril Vilhena publica os fascículos periódicos Grande Enciclopédia Vilhena e lança a 15 de Maio do mesmo ano o primeiro número de Gaiola Aberta. Esta revista de textos e cartoons humorísticos foi mantida por ele durante vários anos, satirizando a sociedade da época o que o levou a ser perseguido e a responder várias vezes em tribunal tendo ficado quase na banca rota.

Um interregno de quatro anos ocorreu depois devido a uma fotomontagem que envolvia a princesa Carolina Grimaldi, da qual foi alvo deprocesso de que se defendeu com sucesso.

Vilhena volta assim com O Fala Barato, numa primeira edição em forma de jornal e mais tarde em revista. Depois de deixar de ser publicada seguiu-se O Cavaco e mais recentemente O Moralista.


Enviado por: Diogo Sousa

(NR – Fez no dia 7 de Julho 83 anos. Nasceu em Figueira de Castelo Rodrigo mas, como viveu toda a sua infância em Freixedas, dizia que era natural desta terra.)
                           Um dos muitos cartoons de José Vilhena - (escolhido ao acaso)

DO CORREIO ELECTRÓNICO

GUSTAVE FLAUBERT
Por João Brito Sousa

PEQUENOS TÓPICOS SOBRE A OBRA "EDUCAÇÃO SENTIMENTAL"

GF escreveu "A Educação Sentimental", que é hoje considerado como um dos principais romances franceses do século XIX, a par de algumas obras de Balzac e do "Vermelho e o Negro" de Stendhal.

Aquando da sua publicação em 1869 a crítica acolheu o livro com alguma frieza e falou-se de obra falhada sobre a vida de falhados.

A Educação Sentimental tem como herói um jovem estudante, Frederico Moreau, que , mercê de uma herança, vai tentar a sorte em Paris. Após algumas tentativas inábeis, consegue introduzir-se na aristocracia financeira da capital, nos círculos políticos radicais e no mundo da boémia.

Frederico viu sempre o mundo apenas através dos seus apetites.

Um jantar na cidade. o encontro de um homem em determinado local, o sorriso de uma bela mulher, podiam ter, por uma série de acções que se encadeavam umas nas outras, resultados gigantescos.

Apaixona-se tímida e platònicamente, sendo a eleita a Madame Arnoux esposa do mercador de quadros Jacques Arnoux, um indivíduo sem princípios nem escrúpulos.

Ao mesmo tempo mantém Rosanette, uma cortesã em voga e tem uma ligação com a elegante mas pouco sincera Madame Dambreux.

Por fim, Moreau, nitidamente mais pobre de ilusões e de dinheiro, regressa à sua cidadezinha provinciana para aí viver na ociosidade. A última cena do romance mostra Frederico conversando com o seu velho amigo Deslamiers, outro protagonista da obra.

Frederico Moreau, tal como o Zé Matias da minha terra. Carpinteiro de profissão, veio para Lisboa mas regressou à aldeia.

Uma bonita história de Flaubert.

É o que eu penso.


jbritosousa@sapo.pt