quinta-feira, 28 de outubro de 2010

do correio electrónico

A sobrevivencia politica ou...não de Obama


O que tenho para dizer pouco ou nada valerá para muitos de nós mas, como me chamou um dia Brito de Sousa de “correspondente em Washington” vou fazer jus do titulo mas sem pretensões a tal.
Ontem a costa este dos USA adormeceram tarde. Todos queriam ver como se saíria Obama frente ao provocador. A campanha para as eleições intercalares cá da terra estão em “full swing” e não há cão nem gato que não bote discurso e nos lugares menos esperados. A meio da tarde surgiu a noticia de que Obama ( o tal do prémio Nobel da paz sem ter feito nada além de ser eleito para presidente e ter sido senador por Chicago seis meses, apoiado por uma máquina democrática bem oliada. Devo ser considerado insuspeito na minha critica porque votei nele), iria ser entrevistado em directo no “Commedy Channel” e sem rede nem pressopostos pelo Herman José de cá, o comediante e entrevistador politico John Stward. É conhecido dos portugueses porque a” SIC noticias” retransmite alguns exertos dos seu programas.
Obama foi o retrato dele mesmo por momentos. Um comonicador sem igual...qual Regan ou Kennedy . Só que , a meu ver, não esperava que Stward lhe perguntasse de chofre o que tinha ele a dizer aos que o comparavam aos politicos europeus, esbanjadores da riquesa que não têm e hipotecando com isso gerações futuras.
Ficou atabalhoado por segundos, o sorriso de orelha a orelha desapareceu,um pouco de raiva leu-se-lhe nos olhos e começou a dissertar sobre o” modelo social europeu” que segundo ele jamais seria implementado sob o seu mandato e, a certo ponto esclareceu o que diz ser seu ponto de vista e, mais ou menos disse :-“ Os politicos europeus andaram a espalhar benesses por vinte anos que levará pelo menos outros vinte a retirar para conseguir votos o que é a meu ver uma fraude politica”. Cito isto de cor.
As televisões Portuguesas a que tenho acesso,RTP e SIC, hoje pelos noticiários da manhã transmitiram pequenos espaços da entrevista mas ignoraram esta parte por completo.
Porque será? Eis a questão.
Um abraço
Diogo
MARCELINO! - ESTAMOS CONTIGO!


«Talvez esta seja a minha última crónica», escrevia há semanas, na sua habitual rubrica desportiva no prestigiado quinzenário padernense <<Á Avezinha», o nosso estimado colega e companheiro de há seis décadas, o jornalista e «costeleta» Marcelino Viegas.
Conhecido e respeitado nome do jornalismo algarvio, o sambrazense Marcelino Viegas, encontra-se à beira da cegueira total, por via de um problema diabético e, à data em que escrevemos este apontamento, di¬tado pela afectividade, pelo companheirismo e pela vivência do espírito de «ser costeleta» era já muitíssimo reduzida a sua visão.
Daqui e a par do voto sincero que sabemos ser de todos os companhei¬ros pela recuperaçãp desejada do nosso colega sambrazense Marcelino Viegas, que distribuiu os seus dotes jornalísticos por uma pleíade de tí¬tulos (A Bola, Jornal de Notícias, Jornal do Algarve, o Algarve, A A ve¬zinha, etc), distinguido com vários prémios e por várias Instituições, se lance o apelo da lavra primeira de um outro jornalista vilarrealense, o Neto Gomes, de que é preciso e com urgência apoiarmos este «costele¬ta»!
João Leal
NOS 25 ANOS DA MORTE DO DR. EMÍLIO COROA

Assinalou-se a 25 de Outubro o 25° aniversário da morte do dr. Emílio Campos Coroa, que foi, tal como seu irmão o saudoso eng. José de Campos Coros, professor da Escola Industrial e Comer¬cial de Faro (Escola Tomás Cabreira), bem como Médico Escolar da mesma.
Natural de Beja, licenciou-se em Medicina (com várias especializações - Oftalmologia, Saúde Pública, Medicina Escolar, etc) na Universidade de Coimbra, então fazendo parte, com seu irmão e esposa, a dra. Amélia Coroa, do TEUC (Teatro dos Estudantes da U¬niversidade de Coimbra), fixando-se nos finais da década de 50 do sé¬culo XX em Faro, onde faleceu em 1985.
Durante mais de duas décadas exerceu uma notável e me¬ritória acção, de que são referência, a par com uma intensa actividade profissional, o Grupo de Teatro Lethes, por onde passaram mais de 500 amadores, dos quais uma elevada percentagem «costeletas», casos do nosso Presidente e Director deste Blog, Joaquim Teixeira ou do Aurélio Madeira (1° Prémio Nacional e Arte Dramática).
Assinalando o 25° aniversário da morte do «costeleta» dr. Emilio Coroa decorreu um sarao no Teatro Leths e uma roma¬gem à sua campa no Cemitério da Esperança, em Faro ..

João Leal




O VELHO E A GAIVOTA (cont)
Por João Brito Sousa


Saí do jardim mais ou menos satisfeito comigo próprio. Tinha encontrado o velho que eu andava à procura há tanto tempo, um velho empinado e difícil de entender, autoritário, mandante, um velho que falava só quando queria, ora pausada ora aceleradamente e que não precisava de dizer muitas palavras porque a maior delas dizia com o olhar, como o fez no último sábado quando disse, cá estaremos, o resto foi fixando-me no rosto.
Que raio de velho aquele que me provocou a alma, de tal modo que agora tinha comigo um monte de questões a responder a mim próprio. Qual teria sido a vida do velho? Com aquele espírito e poder de observação, autoritário e teimoso, um velho que quando jovem deveria ter sido fresco, passava o tempo agora a olhar uma gaivota pousada num telhado para desviar o pensamento. Diz que tem um grave problema. Qual será? Trouxe o problema do velho comigo e comecei a especular. Seria uma mulher? Às vezes aí há problemas. Todavia, pensava ao mesmo tempo que estava a exigir muito de mim, porque adivinhar o que ia dentro da alma do velho era complicado. Só Sherlock Holmes, com a sua capacidade de dedução e o seu cachimbo que adorava fumar. Como estava a chegar a casa desisti da ideia. Logo pensaria.
Meti a chave à porta e logo a minha neta de doze anos veio ao meu encontro, e, depois de saltar para os meus braços, me perguntou o que é que tinha.
- O que é que tens avô ? Pareces-me intrigado, ou seja, nem satisfeito nem triste.
- Nada disso netinha querida, o teu avô está sempre forte, isso é impressão tua.
- Sabes avô, cheira-me a esturro.
- Nada disso, podes crer.
A verdade é que a minha neta tinha acertado, havia qualquer mal estar dento de mim, uma ansiedade pequenina mas que me queria transportar para o sábado seguinte para me encontrar com o velho. Mas acabei por me controlar, jantei com a família e dormi bem.
Na manhã seguinte fomos tomar café no estabelecimento próximo de casa, como sempre fazemos, principalmente aos domingos e contei a minha mulher o que havia sucedido comigo na véspera, que tinha encontrado um velho com estas características assim, assim.
- Mas isso tem uma resolução fácil. Colocas o caso em ti e vê se algum dos teus desgostos pode encaixar no grande desgosto do velho. Ora pensa lá bem, disse a minha mulher.
- Sei lá, não tenho jeito para isso, nada me ocorre. E tu, tiveste algum desgosto grande?
- Todos nós temos desgostos meu querido, uns mais outros menos, uns maiores e outros menores, mas a verdade é que a dor mora connosco Não é que nós queiramos fazer asneiras, mas fazemo-las, todos. Vou contar-te uma história que poucos sabem. O meu pai era fornecedor de materiais de construção aos empreiteiros e, na hora do pagamento, um houve que não queria pagar, quer dizer, adiava o pagamento e o meu pai precisava o dinheiro.
-E o que fez o teu Pai?
-O que fez? Deixo para tu descobrires e assim vais treinando como chegar ao grande problema do velho.
-Mas assim aumentas a minha confusão, disse eu.
-Um dia o nó desata-se e vais ver que percebes qual o grande problema do velho.
-Talvez, disse eu.



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