Quando me sento, e descanso frente ao mar,
fico solitário. E sonhando acordado;
sinto um interior desejo de versejar
e soltar um sentimento recalcado.
Não sinto a areia fina sob os pés
nem o afago da sombra que me proteje.
Fixo a linha do horizonte...lá ao fundo
unindo dois azuis....fechando o mundo.
Não sinto o peso do meu corpo sobre a cadeira
em que me sento e descanso meus cuidados.
Olho essa linha circular e definida
tão longinqua e tão presa à minha vida.
Dois Azuis tão distintos, dentro de mim...
...ou tão perto, só depende do meu sentir.
Um, o mar; fluido da vida, de onde vim.
Outro, a Fé me diz; p'ra onde hei-de ir.
José Elias Moreno
Quarteira,30.jun.2011