quinta-feira, 30 de junho de 2011


 
POEMA DOS DOIS AZUIS

Quando me sento, e descanso frente ao mar,
fico solitário. E sonhando acordado;
sinto um interior desejo de versejar
e soltar um sentimento recalcado.


Não sinto a areia fina sob os pés
nem o afago da sombra que me proteje.
Fixo a linha do horizonte...lá ao fundo
unindo dois azuis....fechando o mundo.


Não sinto o peso do meu corpo sobre a cadeira
em que me sento e descanso meus cuidados.
Olho essa linha circular e definida
tão longinqua e tão presa à minha vida.


Dois Azuis tão distintos, dentro de mim...
...ou tão perto, só depende do meu sentir.
Um, o mar; fluido da vida, de onde vim.
Outro, a Fé me diz; p'ra onde hei-de ir.


José Elias Moreno


Quarteira,30.jun.2011