sábado, 10 de junho de 2017

FICÇÃO CIENTÍFICA


Um texto de ficção científica de
Manuel Inocêncio da Costa


MORTE NA FEDERAÇÃO GALÁCTICA     (Continuação)


Quando chegaram Oriega e os companheiros, vinham um pouco estafados da viagem, e, desejosos de comer uma refeição feita na hora. Assim foram rapidamente ao restaurante "O Cavalo Malhado", que Oriega sempre visitava, quando tinha que se deslocar a Oca. Depois da refeição e de deixar a mulher e as filhas na Hospedaria dos Governadores, foi apresentar cumprimentos à Assembleia do Grande Conselho, na pessoa de Jovial, o membro interino que substituía o falecido presidente e receber dele a credencial, que o habilitava a concorrer à presidência ou à vice presidência. Já lá se encontravam governadores e governadoras de outros planetas. Todos conhecidos, pois de três em três meses, todos se reuniam ora na sede de um planeta ora n sede de um outro, para deliberar e resolver os problemas mais delicados da Federação.
Nos quatro dias seguintes teve lugar o funeral de Simprónio. Foram cerimónias simples, em virtude do estado de crise, da Federação. Sobressaiu um grande desfile militar, em que foram mostradas as mais modernas e terríveis armas da Federação. Além disso apenas foi feito um ligeiro panegírico de Simprónio, que se destinguira no seu mandato, pelo seu bom senso, honestidade, imparcialidade e humanismo com que tratara todos os povos da Federação.
No outro dia tiveram lugar as provas. Provas muito difíceis. Na gigantesca sala da Federação, onde habitualmente reunia o Grande Conselho, Jovial, depois de informado pelo grande Júri, e, depois do Grande Conselho os ter ratificado, anunciou os resultados. Nenhum candidato obtivera a pontuação máxima, informou. E, continuou: Broma, o governador de Xisto, fez provas brilhantes. Obteve vinte e dois pontos e meio. Ouvido isto, ouviu-se uma grande ovação, em toda a imensa sala. Oriega aplaudiu também calorosamente. Broma era seu amigo pessoal, e, ele sabia que Broma era um sábio e uma pessoa excepcional. lria dar-lhe um abraço de parabéns assim que acabasse a cerimónia, assim como lhe diria, que estaria sempre disponível para colaborar, em tudo quanto fosse necessário a bem da Federação.

Mas o assunto não estava encerrado. Jovial pediu silêncio, e, com voz emocionada continuou. Clara, governadora de Miriam obteve vinte e três pontos. A estupefacção não foi muita. Uma ovação ainda mais estrondosa que a primeira, ecoou, levando minutos até se extinguir. Pensava-se terem sido encontrados os vencedores - Broma e Clara. Clara era conhecida em toda a Galáxia. Engenheira aeronáutica, leccionava em várias universidades e fora nomeada comandante chefe de todas as forças armadas da Federação. Oriega conhecia-a bem. Servira sob as suas ordens, na última guerra da Federação, contra os rebeldes dos Planetas Micos e Lavos.

Continua