terça-feira, 8 de dezembro de 2020

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



       CARTAXO, REPORTÉR FOTOGRÁFICO,

UMA SAUDOSA LEMBRANÇA


               Foi um conhecido repórter fotográfico, dotado de um sentido de oportunidade e de captar o momento certo, aquele que importa para a posteridade e para a argúcia do «cliché», o saudoso amigo Dagoberto José Carvalho, sempre e para sempre conhecido como o «Cartaxo».

              Nasceu em Faro, no ano de 1926 e era um acrisolado farense, daqueles de «antes quebrar que torcer», que muito e sempre vibrava com tudo o que importasse à Terra Mãe. Por irónica coincidência do destino, ou sabe-se lá do quê, havia de falecer no «Dia da Cidade», ao princípio da tarde daquele 7 de Setembro de 1988, quando se deslocava entre duas reportagens. Voltava do Palácio de Estoi que então era integrado no pa-trimónio municipal e ia para o Pavilhão Sede do Sporting Clube Farense (um dos grandes amores da sua vida) a fim de fazer a cobertura fotográfica da inauguração. Foi ali na rotunda - monumento da A2, na Rua do Alportel, que uma viatura estrangeira o colheu mortalmente. Coube-nos a ingente e triste missão de anunciar o nefasto acontecimento a quantos se encontravam naquela infra-estrutura desportiva e o minuto de silêncio que, em sua memória, foi de imediato e expontâneo vivido, a primeira homenagem que ao estimado Cartaxo, foi prestada.

                Viveu no Montijo e em Moçambique, onde foi mediático repórter de guerra, durante as lutas coloniais, conquistado merecidos louvores e elogios. Regressou a Faro, com sua esposa (D. Maria Luísa da Costa Ferreira Carvalho) e duas filhas, então meninas, as hoje senhoras D. Cláudia Alexandra e D. Carla Cristina Ferreira de Carvalho, e aqui até ao trágico acidente assinou milhares de reportagens, de modo próprio para «A Bola» e Agência Lusa, assim como para «Jornal do Algarve».

                 Falta perpetuar a honrada memória deste que foi um dinâmico homem da comunicação social e da fotografia e um assumido farense na toponímia da sua terra natal. Que Faro cumpre esta dívida como o lembrado Dagoberto  Cartaxo o assumiu nas suas missões e deveres.


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