«PLATIBANDAS»
Constituem uma identidade arquitectónica da terra algarvia. A platibanda, segundo a «infopédia» (dicionários Porto Editora» é «o prolongamento vertical da parede da casa, que assenta a cornija», sendo esta «uma faixa horizontal que se destaca na parede com a finalidade de centrar as nervuras nela empregadas». Todos os algarvios conhecem e reconhecem as platibandas da sua terra, o Algarve, onde segundo o artista e conhecido fotógrafo portimonense Filipe da Palma estão «presentes em todo o litoral algarvio, com especial incidência no litoral fimbrio e estendendo-se para o Norte, abrangendo as terras ricas do barrocal».
Julga-se que hajam surgido nos princípios do século passado e «não há dois exemplares iguais». Ainda segundo aquele consagrado artista, que delas fez um exaustivo e belo inventário, de sobremodo no livro «Platibandas do Algarve», com textos de Miguel Reimão Costa, Pedro Prista, José Eduardo Horta Correia e Alexandre Tojal e prefácio de Guilherme de Oliveira Martins, onde se reproduzem mais de 160 exemplares, «marcam a paisagem de forma indelével».
A sua função residual utilitária era «ocultar a calha para escoamento das águas pluviais. A sua concepção era múltipla e variada - «coloridas e de multi - formas com motivos Art Déco, Naif, padrões geométricos simples, significados esotéricos e ornatos barrocos».
Este ADN da casa algarvia ainda existe em muitos e bem conservados exemplares na cidade de Faro, não obstante o desaparecimento de centenas de platibandas, de modo próprio porque o sendo em casas térreas a construção de prédios com vários pisos assim, infelizmente o motivou.
Para que não venha a acontecer a curto prazo o que se passou também com as tradicionais e mouriscas portas e janelas de reixas, que tanta frescura davam às casas e hoje quase não existem, sugere-se às autarquias Município e União de Freguesias de Faro (Sé /São Pedro) que se faça um inventário das platibandas ainda existentes na capital sulina.
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