quarta-feira, 16 de abril de 2008

QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?


JOSÉ AUGUSTO DA SILVA AMARO


Foi da minha turma nas Secções Preparatórias para a admissão aos Institutos.

Tivemos três valores a matemática no primeiro exercício de avaliação.

Fomos para a explicação do Capitão Vieitas no campo de S. FRANCISCO

Eu safei-me e creio que o GUTA, como nós lhe chamávamos nunca mais foi à Escola.

Andávamos sempre juntos. Uma vez , eu o GUTA, o FIGUEIREDO e o VERGÍLIO do Liceu, resolvemos ir a QUARTEIRA ao baile da esplanada à noite. Fomos de barco e uma vez chegados ao destino atracámos, fomos ao baile e no outro dia viemos para Faro. No caminho de regresso encontrámos golfinhos e o GUTA fez umas fotos.

Outra vez fui com o GUTA à boleia para Lisboa chegámos a Estoi e acabou-se...

Trabalhou na TAP e hoje creio ser um homem da área da construção Civil.

Da última vez que tivemos juntos, contou-me do grande desgosto que sofreu com a morte do filho, em quem acalentava enormes esperanças.

Para ele aqui deixo um grande abraço.

Texto de
João Brito Sousa

UIMA COSTELETA NO BAILE DO RIO SECO


A TAMPA DE UMA COSTELETA (que afinal não houve)

A MARIA DE LURDES RAMOS e o seu grupo unido (andavam sempre juntas), num dia de Maio foram até às hortas do Rio Seco, como era costume, e depois de um lauto lanche com uma ida às nêsperas, resolveram dar uma saltada baile no salão do Chico Rosa.

A LURDES gostava muito de dançar mas também adorava, disse-me ela uma vez, de dar umas tampas (negas) na malta.

A orquestra era de Montanheiros e a música era do baril

A LURDES acelera e entra na sala. Mal se sentou, apareceu de imediato o primeiro “solicitador”. A LURDES, que nem tinha tido tempo para descansar, nem para respirar, também não teve tempo para dizer não e não houve alternativa e não houve tampa.

E essa tarde jamais foi esquecida porque foi linda.

E o par foi essa inesquecível, impagável e grande figura da cidade, o Engº Armando Pató, que se revelou uma alma boa e bom amigo.

Publicação de
João brito SOusa

À CONVERSA COM O COSTELETA

(ALEX E BERNARDO ESTANCO)

BERNARDO ESTANCO DOS SANTOS

Encontrei o costeleta Bernardo, na Rua de Santo António, perto do estabelecimento GARDY e estive à conversa com ele.

E perguntei-lhe.

Qual a tua opinião sobre a cidade de Faro?

Gosto muito da cidade. Fiz cá os estudos secundários, conheci e conheço muitas pessoas, tenho bons amigos e boas recordações da minha juventude. A vida parece-me mais calma, às vezes aparece aí malta do meu tempo de Escola e recordamos esses tempos.

Quem é que aparece?

Olha, ainda ontem estiveram aí o Alberto Rocha de Santa Catarina com o Zé Emiliano do Rio Seco, estivemos a falar do Brito da bomba de gasolina da Falfosa, que faleceu há pouco tempo e lançou a bichenina na aula do Xencora.
O João Cuco também esteve aí, era do Curso dos Electricistas do tempo do Zé Martins do Alto Rodes e do Almirante Brito Afonso de Bordeira e estivemos a falar do Leonel de Boliqueime que faleceu e era casado com a Maria José Pedro.
O Hélio de Loulé que é ROC em Lisboa, o João Sebastiana de S.Brás de Alportel, o Carlos Gago de Alverca que foi guarda redes do Farense e muitos, muitos outros aparecem por aí e é sempre um prazer conversarmos e convivermos um bocado..

Esses aparecem mas com residência fixa quem é que está por aí?

Está o Victor Venâncio casado com a Manuela Antão que foi nossa colega em Mar e Guerra na Primária com a D. Helena.

Ainda te lembras dela e da escola?

Lembro-me de tudo. O meu primeiro parceiro de carteira foi o DIOGO COSTA SOUSA que nunca mais soube nada dele. Era um Tarreta, um rapazito todo jeitoso e bom amigo. A D. Helena era nossa mestra e mãe e grande amiga. Uma vez levei umas reguadas porque tirei o copo ao Elias para ir beber água à talha e ele foi queixar-se à professora. Mas a melhor de todas foi quando o GABRIEL deu o track...

O que é que esperas da vida agora?.

Tenho tido uma boa relação com a vida e quero mantê-la. Nunca traí um amigo. Sou um homem solidário. Vejo a vida com optimismo e encaro-a com realidade. Já não tenho mais nada a fazer do que vivê-la o melhor possível. Gosto de vir até aqui tomar o meu café e ler o meu jornal, gosto de sentir que as pessoas gostam de mim, gosto de uma boa conversa, gosto da vida..

O que é para ti a saudade?

Saudade é um sentimento bom que cultivo muito. Saudade é recordar. Saudade é olhar para trás e sentir-me bem comigo próprio. Tenho saudades dos meus tempos de puto lá na escola em Mar e Guerra.
Na Páscoa fazíamos os contratos uns com os outros e o João perdia sempre e chorava muito. Tenho saudades do JÚLIO que era um grande aluno. Um dia o JÚLIO ficou bravo porque deu um erro no ditado no caderno novo. A gente quando estreava um caderno queria ter zero erros no ditado. Mas nesse dia o Júlio escreveu fiu em vez de fio e lá se foi o zero....E tenho saudades do meu parceiro de carteira o DIOGO COSTA SOUSA. Tenho saudades de tanta coisa...

Vou dar-te uma boa notícia.

Qual?

O teu parceiro de carteira vem ao almoço anual e lá, vamos os três fazer um contrato como fazíamos nos nossos tempos de escola porque eu já não choro. Que tal?

Se ele vier, vamos levar o caderno novo e fazer um ditado e tentar apanhar zero erros como queria o nosso saudoso Júlio, ok

Vamos nessa, disse eu

E despedimo-nos.

Texto de
João Brito Sousa