segunda-feira, 25 de novembro de 2019

POEMA



                                AS CRIANÇAS DO MUNDO

As crianças do mundo
São todas filhas de DEUS, 
Umas vivem no submundo
E, outras no reino dos CÉUS!

A pobreza é MEDONHA, 
A riqueza é brilhante!
A tristeza é enfadonha,
A alegria é DOMINANTE!

Cada criança devia de ter
Todo o agradável prazer, 
De ser FELIZ e brincar
Sem nada a AFASTAR!

Ter casa e alimentação
 FAMÍLIA, para partilhar,
Amor e Aceitação, 
Com CARINHO a redobrar.

Ter AMIGOS e colegas,
Ter livros e coisas belas,
Para aprender a CRESCER!
Com a dignidade de um ser...

E, encontrar um bom CAMINHO,
Que possa seguir sozinho, 
Ou em boa companhia, 
Desde a NOITE, até ser DIA.

                                        Graciete Felizardo

FASCÍNIO DO MAR





O fascínio que tenho pelo mar é semelhante ao terror que este exerce sobre mim.
As profundezas assustam-me, provocam-me pesadelos. Uma época houve em que sonhava recorrentemente que me afogava - caía ao mar, nas situações mais insólitas, e não conseguia subir a superfície; acordava numa aflição inexplicável; sem ar nos pulmões e em pânico, consciente do que me estava a acontecer.
Além disso gosto de sentir os pés bem assentes em terra. A sensação de segurança sobrepõe-se à de liberdade que dizem provocada pelo mar.
Contudo fico fascinada pelas imagens que me chegam das profundezas e nutro um respeito e admiração gigantes pelos corajosos que se atrevem a mergulhar e a viver um pouco da sua vida debaixo de água.
E foi este fascínio que me levou hoje ao cinema. O International Ocean Film Tour passou por Olhão e trouxe consigo um conjunto de deslumbrantes - uns mais do que outros - pequenos documentários sobre o oceano, desde os justiceiros do mar que tentam impedir a pesca ilegal à mais deslumbrante bailarina sub-aquática, passando por corajosos mergulhadores que nadam entre tubarões ou destemidos surfistas que fazem das ondas a sua vida e a sua morte.

Margarida Vargues



COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE

JOSÉ MANUEL DOS SANTOS GOMES

Foi um dedicado e sempre lembrado Amigo o José Manuel dos Santos Gomes, de modo próprio na adolescência e juventude, face a vários itens que nos uniam. Ambos frequentávamos a Escola Tomás Cabreira, ele no Curso de Montadores Electricistas, de que foi um destacado aluno, havendo sido vice- campeão do Concurso de Forma­ção Profissional a nível do País e eu no Curso Geral de Comércio/ Seções Preparatórias. Também partilhávamos o ideal escutista como exploradores (2ª Seção) do Grupo 157 - Nuno Álvares, do Corpo Nacional de Escutas. Morávamos em artérias contiguas ( Rua In­fante Dom Henrique/ Rua da Carreira e Rua Gil Eanes/ Rua da Parreira) pelo que a vizinhança facilitava um ainda maior convívio. O Sporting Farense de que o “Zé Manel” foi dirigente e era um fervoroso adepto era outra paixão que vivíamos, bem como os «bailes nos Artistas» ou os «namoricos ou arremedos de tal», envolvendo, não raro, irmãs ou vizinhas. Mais tarde, homens casados, por sugestão da falecida costeleta D. Julieta Vieira (professora de Religião e Moral) comprámos um casarão na «Vila - a - Dentro», para o transformar na futura e sonhada habitação, projeto que não chegou a concretizar em virtude do 25 de Abril. Na sua dupla condição de costeleta-aluno e professor, José Manuel dos Santos Gomes, marcou uma época e um tempo.  Foi também um bem sucedido empresário de animação nocturna, autor e responsável da iluminação da conhecida discoteca «Trignometrta», na Quinta do Lago. Morreu cedo e de súbito o meu saudoso amigo e colega José Manuel, que se encontra sepultado no Cemitério de Cacela. Que descanse em
paz este «irmão Costeleta», cuja lembrança é sempre um mar de saudades.

                                            João Leal