LEMBRANÇAS DA NOSSA ESCOLA
O DECLAMADOR LUÍS PINHÃO
Naqueles tempos,
saudosos e recordados tempos da segunda metade da década de cinquenta, em que
tivemos esse honroso e honrado ensejo de frequentar a nossa querida Escola
Tomás Cabreira, havia mundo em fora, uma predilecção especial em escutar os
declamadores ou «diseurs» que nos traziam, quais trovadores da Idade Média, o
que de mais belo havia na poesia.
Veio também esse misto de criatividade
artística que eram os «Jograis», havendo-se
constituído na sequência da semente
deixada pelos brasileiros “Jograis de
São Paulo” (quem não se recorda do Armando Bógus, o Nacib da telenovela «Gabrlela”), que atuaram no Cinema
Santo António os “Jograis do Meio Dia”, com a presença de vários Costeletas de
então. Recordamos alguns dos grandes declamadores a nível nacional, com
destaque para o trio João Vilaret, o maior entre os maiores, a par do clássico
Manuel Lereno ou de Miguel Trigueiros.
Em todas as festas, reuniões ou serões
culturais, sobretudo de cunho escolar, o programa incluía vários nomes de declamação. Foi assim, nesta ordem de ideias, que se
deslocava à nossa Escola em múltiplas
ocasiões o ator teatral e declamador Luís Pinhão, que preenchia em
verdadeira antologia da- Poesia Portuguesa, sessões para os alunos.
Creio bem,
se a memória me não trai, que os grandes impulsionadores desta vinda a Faro do
aplaudido Luís Pinhão eram os saudosos e sempre lembrados Mestres Costeletas
Dr. Fernando Artur Moreira Ferreira (Diretor e Professor de Português e grande
poeta) e o Eng. Geógrafo José de Campos Coroa (ele próprio um exímio declamador}.
Para custear a deslocação a malta contribuía com um donativo na medida das disponibilidades que, não raro, eram exíguas. Mas lá que ouvimos grandes sessões
de elevado nível da “arte de bem dizer” lá isso
ouvimos com o ator Luís Pinhão.
JOÃO LEAl
Sem comentários:
Enviar um comentário