LEMBRANÇAS DA NOSSA ESCOLA
O “CARTÃO DO AMOR”
De entre as
muitas coisas que o sr. Seraphym na sua Tipographya, em plena Rua de Santo
António e onde está instalada a «Patlorarn», vendia (algumas eram oferecidas, como os horários ou os calendários) tinham uma clientela muito própria os
«cartões de amor».
Eram uma
espécie, digamos romântica, dos cartões de visita, com gentis palavras
dirigidas à «dama dona do meu olhar» ou quejandos que tinham nos quatro cantos as palavras «SIM» e «NÃO».
De forma
circunspecta (na devolução de um livro emprestado, de um caderno para copiar os
elementos, de um simples e fortuito toque), o apaixonado, quase sempre moço com
poucas veias para galã ou conquistador
fazia chegar o «cartão do amor» aquela costeleta com quem procurava encetar o seu Ilídio, pedindo conforme
texto inserto se aceitava o namoro (SIM) ou lhe dava «tampa», idêntica à que acontecia
nos bailes: - A colega dança, tem par ou descansa?
E esperava-se
impaciente a ansiada resposta. Podia acontecer até que em vez de uma vinham duas respostas porque o apaixonado já entregara idêntico «cartão do amor» a urna amiga
da outra abordada.
Coisas de tempos
idos que sabe bem recordar
JOÃO LEAL
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