O fascínio que tenho pelo mar é
semelhante ao terror que este exerce sobre mim.
As profundezas assustam-me,
provocam-me pesadelos. Uma época houve em que sonhava recorrentemente que me
afogava - caía ao mar, nas situações mais insólitas, e não conseguia subir a
superfície; acordava numa aflição inexplicável; sem ar nos pulmões e em pânico,
consciente do que me estava a acontecer.
Além disso gosto de sentir os pés
bem assentes em terra. A sensação de segurança sobrepõe-se à de liberdade que
dizem provocada pelo mar.
Contudo fico fascinada pelas imagens
que me chegam das profundezas e nutro um respeito e admiração gigantes pelos
corajosos que se atrevem a mergulhar e a viver um pouco da sua vida debaixo de
água.
E foi este fascínio que me levou hoje
ao cinema. O International Ocean Film Tour passou por Olhão e trouxe consigo um
conjunto de deslumbrantes - uns mais do que outros - pequenos documentários
sobre o oceano, desde os justiceiros do mar que tentam impedir a pesca ilegal à
mais deslumbrante bailarina sub-aquática, passando por corajosos mergulhadores
que nadam entre tubarões ou destemidos surfistas que fazem das ondas a sua vida
e a sua morte.
Margarida
Vargues
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