quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 


     DESCONHECIMENTO OU DECISÃO


                 Tomámos conhecimento com manifesto apoio à ideia, mas não á sua localização, sem que nos seja permitido o saber das razões que ao facto estão ligadas. Referimo-nos á decisão da abertura do concurso de ideias para a erecção de um monumento ao estudante universitário em Faro, com elevado sentido e significado neste 40º aniversário da Universidade do Algarve. Ninguém, ao que cremos, contesta o que tem sido a vivência da cidade capital e da Região, neste antes e depois do ensino universitário para cá do Vascão. Como ninguém põe em dúvida da avassaladora influência, que prosseguirá jornada em fora na vida regional e no que ao seu futuro concerne. Esclarecidos estes pontos fundamentais para a razão deste escrito e procurando desde logo dissipar dúvidas ou ideias pré-concebidas que não nos colhem, convenhamos a nossa intenção colaborativa e esclarecedora.

               Aí na década de 70 do século passado, era Presidente do Município o Major de Cavalaria João Vieira Branco, a Câmara Municipal de Faro, deliberou erigir na Praça dos Bombeiros Portugueses (à Penha) e na rotunda onde hoje funciona uma fonte um monumento aos Bombeiros Portugueses. Para o efeito abriu o respectivo concurso de projectos para a execução do mesmo, de que saiu vencedor o que foi apresentado pelo saudoso farense arquitecto Francisco Paixão Costa. Era um projecto arrojado nas suas concepções que metia, inclusive, fogo permanente, por via de uma chama alimentada a gás (fazendo-nos lembrar a que existia no parque de combustíveis em Cabo Ruivo, Lisboa). 

                    A despeito do prémio, ao que cremos, ter sido pago, nunca o ousado projecto do «Monumento ao Bombeiro», concebido pelo Arq. Paixão Costa, conheceu a sua concretização, talvez pelos elevados custos que comportava. Não conhecemos qualquer deliberação camarária anulando a intenção pelo que este «concurso de ideias» ora em vigor necessita de esclarecimentos que em «Estado de Direito» devem ser assumidos.

                        É que a localização, para além do atropelar a ideia de homenagem aos bombeiros, gera a continuidade de outras situações congéneres que não gostaríamos de ver prosseguidas na nossa cidade. São os casos de, por exemplo, os monumentos ao Coronel Aboim Ascensão se erguer no Largo de São Sebastião; do Dr. Amadeu Ferreira de Almeida se situar na Praça Alexandre Herculano (Jardim da Alagoa); do Infante D. Henrique na Avenida 5 de Outubro (Rotunda do Liceu) ou do Almirante Ferreira de Almeida na Avenida da República.

                        Algo para pensar e rever. O «Monumento ao Estudante», sim, até pela proximidade ao Campus da Penha, sim! na Praça dos Bombeiros Portugueses, não!


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