quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE



       A ACTRIZ MARIA EDUARDA GONZALO


            Recentes pesquisas para trabalho sobre «O Cinema no Algarve» levaram-me a um mais perfeito conhecimento do que representa nesta arte e para a nossa Região o que foi a consagrada artista olhanense Maria Eduarda Gonzalo. Natural da então «Vila de Olhão da Restauração», onde nasceu a 6 de Março de 1913, de seu nome completo Maria Luciana Martins, era oriunda de modestas famílias, já que seu pai era aguadeiro e a mãe vendedora no Mercado Municipal. Foi educada por uma dedicada madrinha, que lhe proporcionou a Instrução Primária, bem como «aprender a bordar e a tocar piano».

          Em 1931 casou com «um empresário das pescas» e foi morar para Lisboa, registando-se o divórcio em 1943. Seguiu-se uma chamada «relação sentimental com o médico» e a ida aos estúdios da Cinelândia, na capital, onde foi descoberta para a arte cinematográfica pelo realizador algarvio Carlos Filipe Porfírio, nascido em Faro (29 de Março de 1895) e falecido na mesma cidade (25 de Novembro de 1970), que, ao que consta, «ficou fascinado com a sua beleza», o que aliás é um timbre da generalidade das mulheres olhanenses.

Participou, entre outras, nas películas «Sonho de Amor» e «Um grito na noite», este focalizado nas histórias do contrabando na raia de Alcoutim e alcançou grandes êxitos no teatro, sobretudo no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na década de 50 do século passado. Faleceu em Lisboa a 9 de Janeiro de 1955 e tem o seu nome inscrito na toponímia olhanense, na freguesia de Quelfes.


                                                                 JOÃO LEAL


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