«VENTOS DO MAR E DO BASALTO»
RUBEN SANTOS
É uma figura carismática do universo açoriano na nossa Região, pela sua dedicada e empenhada acção em prol da Terra Mãe, não apenas pela expressiva acção desenvolvida na Casa dos Açores no Algarve, de que foi um dos fundadores - Festas do Espírito Santo, Semana Açoriana, Conferências, etc., como em todo o Mundo, pelo seu relevante papel nos Congressos Mundiais das Casas dos Açores.
Ruben Santos, nascido nessa catedral do mar. do basalto e das hortênsias que é o Faial (4 de Outubro de 1943), na exuberância dessa Ilha do Faial, cidadão impoluto e honrado, amigo do seu amigo e de todos os amigos dos seus amigos, nasceu para cumprir esse sonho do «Torna Viagem». E o que queremos dizer com esta alusão? É que enquanto «as caravelas do Senhor Infante» saiam de Lagos para o fraterno abraço, desde os princípios do Mundo esperado, ele teceu a teia desse mesmo sonho cumprido.
É que, para além de tantas acções realizadas, Ruben Santos, «Cidadão do Mundo» (Europa, África e América) deu-nos agora o testemunho poético desse seu destino. «Ventos do Mar e do Basalto», um livro a rescender a poesia, impregnado inteirinho o cheiro a maresia vinda do Canal, às memórias e lembranças afectivas, aos postigos e porto Pim, aos telhados faialenses, ao luar ilhéu, aos campos e a terra fresca, aos currais da vinha, ao azul que embebeda e, esmagadoramente nos inunda, como neste poema-recado, escrito em Faro (2006), tal como muitos outros acontecidos aqui no Algarve:
leva saudades à ilha
leva saudades ao mar
leva saudades aos meus
leva saudades p,ra dar
a quem por mim perguntar
saudades
para lá se foram
para aquele basalto tão meu
saudades
de lá ficaram
e por cá me fiquei eu
Fazendo parte dos «Cadernos do Meio Dia», de que é o número 159 (!), dirigidos pelo poeta Eng. Tito Olívio, também autor de vários destes livros, entre os quais o nº 1 desta colecção histórica para a literatura algarvia («Algures...Alguém»), tem prefácio deste mesmo escritor que nele afirma: «A poesia de Ruben Santos pertence à categoria de surrealista e é boa, por provocar emoção e, assim, este livro constitui uma boa e agradável forma de leitura. E que melhor lhe fazer e à sua pessoa, na arte, fraternidade, poesia a transbordar, do que renovar este seu «Ilha - Mãe":
A ilha,
que é também mãe,
deu-me a vida,
amamentou-me,
com sorrisos embalou-me
e, entre beijos e abraços,
dei com ela os primeiros passos.
Com todo o amor que me deu,
minha alma á sua prendeu.
JOÃO LEAL
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