LUCINDA, UMA CRIADORA DE SONHOS REAIS
Todos os dias enfrento o gratificante ensejo de me extasiar
ante a excelência das obras em «biscuit» criadas por uma artista
profundamente ligada a esta cidade e hoje a residir na zona da
grande Lisboa. Faço-o ante o écran do computador quando Lucinda
Emília Rafael dos Santos, com generosidade e fraterna partilha nos
trás as suas criações. A temática é múltipla, das imagens de
inspiração mariana aos Santos Populares, com relevo para Santo
António e os imprescindíveis manjericos ou as de índole
profissional.
Lucinda Santos não é «farense», porque nasceu na então
Lourenço Marques (hoje Maputo), mas é-o porque aqui viveu a sua
juventude, desde 1955 irradiando simpatia e amizade. Seu pai,
João Santos («Ostra») era «filho de Faro e um conceituado e
respeitado técnico automóvel e a mãe, D. Maria Georgina Lima
Rafael, «uma mãe coragem», que foi exemplar funcionária da
Repartição e da Direcção de Finanças de Faro, ambos já falecidos.
Por outro lado esta singular artista, que se dedica com
invulgar empenho em causas sociais, como no apoio a animais,
viveu muitos anos nesta sua e nossa cidade, onde foi conceituada
funcionária do BNU (Banco Nacional Ultramarino) e da CGD (Caixa
Geral de Depósitos), de que se encontra aposentada.
Desde miúda e que miúda ela era que teve inclinação para
o desenho, o que proporcionou, por exemplo uma apresentação ao
artista Sidónio, noma maior da arte farense.
Mas foi a pandemia da covid que fez surgir o espírito
artístico criativo da Lucinda. É que preferiu a passar horas frente ao
aparelho de televisão trabalhar o «biscuit» e dar-nos as
espectaculares criações que com arte e empenho nos trazem o
Menino Jesus nascido em África ou no Oriente, a «Nossa Senhora,
Rainha do Mundo» ou o alfacinha Fernão de Bulhões, com toda a
alacridade dos verdes e cheirosos manjericos.
Para esta «farense não nascida em Faro» as nossas
felicitações e o nosso ensejo que, com o apoio da União de
Freguesias ou do Município traga a sua arte até nós.
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