quinta-feira, 11 de agosto de 2022

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



LUCINDA, UMA CRIADORA DE SONHOS REAIS


Todos os dias enfrento o gratificante ensejo de me extasiar

ante a excelência das obras em «biscuit» criadas por uma artista

profundamente ligada a esta cidade e hoje a residir na zona da

grande Lisboa. Faço-o ante o écran do computador quando Lucinda

Emília Rafael dos Santos, com generosidade e fraterna partilha nos

trás as suas criações. A temática é múltipla, das imagens de

inspiração mariana aos Santos Populares, com relevo para Santo

António e os imprescindíveis manjericos ou as de índole

profissional.

Lucinda Santos não é «farense», porque nasceu na então

Lourenço Marques (hoje Maputo), mas é-o porque aqui viveu a sua

juventude, desde 1955 irradiando simpatia e amizade. Seu pai,

João Santos («Ostra») era «filho de Faro e um conceituado e

respeitado técnico automóvel e a mãe, D. Maria Georgina Lima

Rafael, «uma mãe coragem», que foi exemplar funcionária da

Repartição e da Direcção de Finanças de Faro, ambos já falecidos.

Por outro lado esta singular artista, que se dedica com

invulgar empenho em causas sociais, como no apoio a animais,

viveu muitos anos nesta sua e nossa cidade, onde foi conceituada

funcionária do BNU (Banco Nacional Ultramarino) e da CGD (Caixa

Geral de Depósitos), de que se encontra aposentada.

Desde miúda e que miúda ela era que teve inclinação para

o desenho, o que proporcionou, por exemplo uma apresentação ao

artista Sidónio, noma maior da arte farense.

Mas foi a pandemia da covid que fez surgir o espírito

artístico criativo da Lucinda. É que preferiu a passar horas frente ao

aparelho de televisão trabalhar o «biscuit» e dar-nos as

espectaculares criações que com arte e empenho nos trazem o

Menino Jesus nascido em África ou no Oriente, a «Nossa Senhora,


Rainha do Mundo» ou o alfacinha Fernão de Bulhões, com toda a

alacridade dos verdes e cheirosos manjericos.

Para esta «farense não nascida em Faro» as nossas

felicitações e o nosso ensejo que, com o apoio da União de

Freguesias ou do Município traga a sua arte até nós.

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