quinta-feira, 24 de abril de 2008

QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?


HERLANDER DOS SANTOS ESTRELA
Licenciou-se em Economia, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras ao Quelhas.
Foi um bom aluno e fez o curso com boas notas
Após a licenciatura ingressou no Gabinete de Estudos do Banco Totta & Açores tendo feito toda a carreira profissional na Banca Comercial e chegou a Administrador do BANCO DE PORTUGAL.
Foi Secretário de Estado das Finanças num Governo PS.
Foi um atleta multidisciplinar e correu o Primeiro Passo em Lisboa, prova organizada pelo Mundo Desportivo de há cinquenta anos.
É irmão do costeleta Montarcílio Estrela. e é um grande amigo e um homem de uma grande dimensão humana.
É um grande amigo.

Texto de
J. Brito SOUSA

A ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE FARO



È a minha grande referência.

A minha estadia na Escola (1953/61), sita paredes meias com a Alameda João de Deus, foi precisamente à João de Deus, que em Coimbra., levou dez anos a tirar um curso, cujo duração efectiva era apenas de cinco.

Falar da Escola Comercial e Industrial é falar de grande parte da minha vida, ou de quase toda.

A Esco la Comercial e Industrial é uma saudade.

Começar por onde?

Por relembrar aquela jogada genial do João Cuco, que num jogo treino de andebol, no átrio da Escola, quando o professor de ginástica apitou para iniciar o treino, o João fez este trabalho maravilhoso: agachou-se, apanhou a bola com a mão esquerda, prendeu-a à mão, levantou o tronco, ensaiou o movimento para trás do braço esquerdo com a bola segura e atirou a bola para Alameda João de Deus.

Mais harmonioso movimento de braço e tronco nunca foi visto em lugar nenhum do Universo..

De tal forma que o jogo treino acabou logo ali. Mais beleza para quê?


Ou começar por referenciar, aquela defesa que eu fiz no campeonato inter turmas de andebol, estava eu no 2º quarta do Curso Geral de Comércio, era o keeper e defrontámos a equipa do Vicente, da Industria, parece-me, um que diziam namorava a Lita e era jogador da equipa representativa da Escola nos campeonatos da Mocidade Portuguesa.

Às tantas o Vicente entra na área com a bola controlada e, em salto no ar, mandou a bola de raiva (estávamos zero a zero) para o meu lado direito, próximo do poste, a bater um palmo antes do risco de baliza (os entendidos sabem que é jogada fatal) e eu, keeper anónimo, desconhecido no mundo inteiro, em voo decidido, qual falcão a cortar os ares, evitei que a bola entrasse na baliza.

Simplesmente genial.

Ou começar por referir as cenas de porrada que havia no recreio entre o Nogueira e o Zé Filipe de Olhão, entre o Reinaldo Neto de Estoi e o Zé Pedro Soares da Fuzeta, entre mim e o Rodrigues de Olhão, entre o Alfredo Teixeira e o Guy... ambos de Albufeira, o Ferro e o Salsinha...e outros...

Que lutas entre moços!.....

A Escola no meu tempo também era isto.

Aliás quem tiver dúvidas acerca do que acabo de dizer, é ler o Dr. Daniel Sampaio em “Voltei à Escola”, onde o professor fala de muitas coisas comuns e do Dr. Raimundo, o professor de Geografia a quem a malta chamava o Ratimundo.

Alcunhas aos professores, sim, também fizemos isso, obrigado.

Ao Dr. Rebelo da Silva, de Inglês alcunhamo-lo de ”O Fonética”, pois dizia ele que Inglês só a partir da fonética. Hoje. à distância, direi que era um homem sem qualquer aptência para lidar com jovens rebeldes.

Aliás foi na aula dele, que o Macedo e o Edménio levaram a pistola de plástico, numa brincadeira de ameaça de morte, que deu brado na Escola..

Mais coisas:

Na aula do Dr. Cruz, aula mista de inglês, a lição era Correios e selos de correio, que se colocavam no canto superior direito do envelope... a malta lia ... I put the stamp in the corner…. e o Cruz corrigia…I put the stamp in the cóna,.. não dava mesmo.. risada de morte...

Quando eu dei um track na aula de Física, e ... fazendo-me de espantado... olhei para trás e o Zé Lúcio Beatriz Dias foi para a rua

Quando na aula do Zè Uva, um aluno deixou cair a caneta, e o prof.. disse: você aí, abaixe-se, apanhe a caneta, em frente marche, esquerda volver, alto, abra a janela, estique o braço, abra a mão...
.
Ou quando o Zé Vitorino se dirigia ao Dr. Passos e perguntava-lhe: senhor Doutor, esta palavra lê-se tomorrow ou tomórrow?...

Ou quando o Daniel de Almancil chamou de atletista afanado ao Firmino Cabrita por ter feito o quarto lugar numa prova de atletismo, no Liceu contra o campeão daquele tempo, o Negrão Belo..

Tanta coisa....

João Brito Sousa

OS VENDEDORES E OS COSTELETAS


Os vendedores ambulantes que se instalavam perto da Escola para procederem ao seu negócio, era o Ruço ou Manel dos Bigodes que vendia gelados no Verão e alcagoitas no Inverno O Manel era do FARENSE e doido pela equipa que em termos de Farense /Olhanense ou vice versa, na segunda feira seguinte ao jogo, lá íamos ouvir as histórias contadas pelo Manel sobre as pedradas havidas no campo.
Havia a velhota dos bolos que vendia os pastéis de nata e os bau-baus. De OLHÃO vinha um tipo vender ratos em caramelos e havia ainda o Coelhinho que vendia todo o tipo de guloseimas incluindo os sorvetes.

Texto de
João Brito Sousa

A CASA DOS COSTELETAS


Ou A CASA DA MOCIDADE PORTUGUESA.

A Casa da Mocidade Portuguesa ficava situada mais ou menos ali próximo da Pontinha. Era aí que se distraía a juventude escolar, jogando a laranjinha, o bilhar, o ping -pong e os bonecos. E também aí se desperdiçava muito tempo, inutilmente, e se chumbavam muitos anos.

O Encarregado de manter a ordem na loja era o Sr. Galhoz, que já fazia parte da mobília.. Quem se encostasse à mesa do bilhar já sabia que iria ouvir o grito de ordem do Galhoz, «Desarrima do bilhar» .

Mais tarde como coadjutor veio o senhor Marmota e então outro grito surgiu. Quando íamos jogar os matraquilhos e não estávamos autorizados a introduzir as moedas, para evitar eventuais avarias ou pequenas batotas financeiras éramos nós que gritávamos «Sr.Marmeta, mota!» em vez de «Sr. Marmota, meta »

Publicação de
JOÃO BRITO SOUSA