sexta-feira, 27 de novembro de 2020

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                 NÃO VIRAR AS COSTAS À RIA

    Faro conheceu períodos de grande desenvolvimento e expansão que, inclusive, a catapultaram para capitalidade regional, quando tinha na Ria Formosa uma das suas avenidas maiores. Foi-o de tal modo que, por exemplo, a quando do marco primeiro da expansão portuguesa no Mundo, a conquista de Ceuta (1415) no espaço marítimo fronteiriço à então Vila se instalou, rumo ao Norte de África, toda a frota de D. João I, o de «Boa Memória».

      Vem esta recordatória a propósito do lançamento, pela Câmara Municipal de Faro, do concurso da concessão para a «Requalificação do Eixo Central da Baixa», no espaço com mais de um quilómetro de extensão e numa área de 4,34 hectares, entre a Estação Ferroviária e o Largo de São Francisco e cujo prazo decorre até 2 de Fevereiro próximo.

       Trata-se de uma obra emblemática, com os valores expressos de 150 mil euros para a elaboração do projecto e de quatro milhões para a execução da mesma. Incide sobre uma zona citadina da maior expressividade em termos urbanísticos, de qualidade de vida e de, como se deseja, de progresso futuro. Insere-se «numa estratégia de desenvolvimento sustentado do Concelho, em particular no âmbito de um conjunto de intervenções que estão a ser planeadas para revitalização da frente ribeirinha e dos espaços urbanos que dela fazem parte», conforme o foi referido pela Autarquia.

        É evidente que todo um mundo de oportunidades, se o projecto conhecer a qualidade que importa tenha, se abre a este bocado do território farense, que tem por limite fronteiro, a sul e a ponte, a sempre nossa Ria Formosa. Este cenário natural diz-nos que sobretudo a requalificação, ora empreendida, deve contemplar, prioritariamente, a perfeita simbiose entre a terra e o mar. Exemplos vários de acções congéneres existem no Algarve, ocorrendo-nos, com relevância própria e frutos assinalados, o que aconteceu na beira mar de Olhão.

João Leal


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