segunda-feira, 23 de maio de 2022

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                    PLACAS TOPONÍMICAS


            Existem em Faro uma dúzia de placas toponímicas de bela concepção e honrosa presença, que dignificam a memória ou lembrança a quem o espaço é dedicado. Assim acontece por exemplo, com as placas das Rua de Portugal, Bartolomeu Dias e os Largos Dom Marcelino Franco e da Sé. Os dedos das duas mãos chegam e sobram para enumerar os casos positivos, entendendo como tal onde a informação faz parceria com a beleza estética conceptiva.

             A invés, na sua esmagadora maioria, constituem, além da ausência de qualquer valor artístico, uma ofensa ás figuras dos homenageados. São reduzidos bocados de lata, com a mera pintura do nome do visado.

              Algumas inovações têm sido realizadas neste campo, de que citamos a Rua Marques da Silva, na confluência das Ruas Rebelo da Silva e Castilho ou nas novas designações surgidas no troço da EN 125 (sentido Faro / Loulé).

               Mas o número prevalecente é de extrema pobreza e a exigir uma rectificação ao mau existente. Tal poderia constituir para além, agora sim, de uma honesta homenagem a vultos nacionais ou locais, uma atractividade turística na que se deseja prossiga por mérito e dignidade próprios, a capital da região portuguesa com o turismo em expressão maior.

                Dois exemplos apenas de entre as dezenas que aqui e agora pudemos citar: as ruas Camilo Castelo Branco e José Afonso.

A primeira, uma paralela à Avenida 5 de Outubro, ligando as Ruas Cândido Guerreiro e Ataíde Oliveira, recorda-nos o autor do «Amor de Perdição» e outras obras da literatura nacional. A segunda, na Carreira de Tiro, lembra-nos a figura do professor, compositor, cantor e exemplo que foi o Dr. José Afonso dos Santos (Zeca Afonso), autor de «Grândola, Vila Morena», tema de um Portugal Novo.

                Importa que o Poder Local (Município e ou União de Freguesias) encarem o assunto frontalmente e dêm dignidade toponímica a quem na vida o fez para a merecer. 


Sem comentários: