terça-feira, 25 de janeiro de 2022

CRÓNICA DO MEU VIVER OLHANENSE



                 O «MANO ARRAÚL»


          A recente publicação do livro «Odisseia de Arraúl», da autoria do advogado e escritor Gustavo Marcos, numa edição de «O Sporting Olhanense», que assim retoma uma importante, pelos títulos publicados e desejável, pelo nítido apoio à cultura algarvia, trouxe-me à memória um companheiro dos verdes anos em que, com muitos «filhos de Olhão», frequentámos (1947/49) a Escola Técnica Elementar Serpa Pinto, em Faro.

            Entre os moços olhanenses figurava e destacava-se um excelente companheiro, azougado e generoso, o Raúl Piloto. Soubemos que fora para Paris e pouco mais dele soubemos al longo de setenta anos. Era irmão do então nosso Professor de Matemática, o respeitado técnico, escritor e artista Eng. Diamantino Augusto Piloto, mais tarde com acrescidas responsabilidades na Federação dos Municípios do Algarve e da EDP.

              Chamávamos, mais os seus conterrâneos do que nós, o «Mano Arraúl» pela afinidade familiar com aquele saudoso Mestre, cuja memória muito respeitamos. Bem diferentes eram as suas maneiras de estar na vida. O Eng. Diamantino Piloto acrescia à sua bonomia e homem de arte e do saber, uma postura de dignidade e de seriedade. Ao invés o Raúl Piloto era algo extravasado e buliçoso, o que não beliscava em nada, a sua excelente camaradagem.

                Não sabemos se é vivo, oxalá o seja ou se já nos deixou. Mas foi marcante, tal como a saudade que dele temos, a amigo generoso.


                                                                                 JOÃO LEAL


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