RAÚL PROENÇA, PROFESSOR NA ESCOLA INDUSTRIAL DE FARO
Escritor, jornalista, bibliotecário, filósofo e co-fundador do Grupo «Seara Nova», Raúl Proença marca uma posição própria como coordenador do «Guia de Portugal».
Foi assim a modos que um histórico Pero Vaz de Caminha, que redigiu a carta - reportagem a El - Rei D. Manuel I, «O Venturoso», dando conta do «achamento», pelas caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral, das terras de Vera Cruz (Brasil). Considero eu e no seguimento do que era preconizado pela Associação de Escritores e Jornalistas de Turismo (AJEPT/AJOPT) como o primeiro escritor / jornalista na modalidade de turismo, há mais de meio milénio.
Pois Raúl Sangreman Proença, nascido nas Caldas da Rainha (10/05/1884), onde tem estátua e dá nome à Escola Secundária, foi um dos nomes maiores da literatura de viagens, cujo 2º dos 5 volumes é dedicado ao Algarve e Alentejo. Formado em Ciências Económicas e Financeiras pelo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, apresenta-se «como uma figura cimeira do pensamento político português», fazendo parte do movimento «Renascença Portuguesa».
Curioso para nós, farenses e «costeletas» (alunos da Escola Tomás Cabreira) é que Raúl Proença foi professor da Escola Industrial de Faro, no ano lectivo de 1905/06) e namorou («um namoro tumultuoso...») e casou com uma jovem farense, de seu nome Teolinda dos Santos Rosa. Tem uma forte e afectiva ligação a Faro, onde seu pai era Oficial das Finanças e o escritor passava sempre as suas férias. Por aqui colaborou com vários órgãos da imprense de então - «O Heraldo», «A Província do Algarve», «O Distrito de Faro», etc.
Combateu o Sidonismo e a Ditadura Militar (1926/1974) que o condenou ao exílio em Paris (1929) e veio a falecer no Porto, vítima de doença mental (20 de Maio de 1945). Foi agraciado, a título póstumo, com o Grau de Oficial da «Ordem da Liberdade» (30 de Junho de 1980).
O clássico e histórico «Guia de Portugal» foi reeditado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2011.
Uma figura destacada da literatura portuguesa do século XX que exerceu o professorado na Escola Industrial de Faro e que, aqui, como preito de homenagem, recordamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário