quinta-feira, 2 de junho de 2022

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                 BERNARDINO PEREIRA, UM FARENSE NÃO NASCIDO EM FARO


               É um daqueles casos pragmáticos em que, não havendo nascido na capital sulina, a ela se dedicou de alma e coração, prestando relevantes e assinalados serviços, extensivos a toda a Região.

               Fê-lo em especial na actividade comercial e no futebol, havendo alcançado sucessivos êxitos que o colocaram como uma referência citadina.

                Foi nos finais dos anos 50 e princípios dos anos 60, ao que cremos Bernardino Pereira se fixou definitivamente em Faro, aqui havendo vivido e morrido. Foi-o aos 85 anos que nos deixou para todo sempre. Primeiro o Bernardino vinha a esta terra, esporadicamente, como viajante das então famosas camisolas homem «Triple Marfel», as tais com a rosinha negra bordada no lado direito do peito. Depois abriu uma das casas de moda masculina que, rapidamente, se transformou numa grande referência regional. Era a clássica e aristocrática «Pigalle», em plena Rua de Santo António, hoje desaparecida, num misto de pronto a vestir de alta qualidade e de alfaiataria.

                   Depois o Bernardino, oriundo de Alcântara (Lisboa) -várias vezes nos reunimos no «31 da Armada», embrenhou-se pelo futebol, levando o Farense à I Divisão, fazendo parte das recordas equipas directivas lideradas pelos carismáticos Fernando Barata (que Deus o tenha em sua glória) e Aníbal da Cruz Guerreiro (o «Nibinho»9.

                      Bernardino Pereira é hoje uma saudade viva em todos os que com ele conviveram, entre os quais me incluo. Um verdadeiro farense não nascido em Faro, que que muito deu de si em prol da mesma!


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