segunda-feira, 12 de setembro de 2022

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



     JOSÉ RAFAEL («ZÉ DAS COTAS»), UM SERVIDOR DE FARO E DO FARENSE


              Era uma enciclopédia viva sobre quanto se referia ao historial, que viveu com uma dedicada paixão, do Sporting Clube Farense. Conhecia, um a um, os sócios desta agremiação, como a Cidade o conhecia e lhe votava fraterna estima.

         O Zé Rafael e a sua scooter, ali frente á ex-Nortenha, junto á primitiva sede (Rua Ferreira Neto) ou na Rua de Santo António ou em qualquer artéria citadina, no cumprimento das funções de cobrador que, durante 57 anos desempenhou com exemplar dignidade. 

             Natural de Santa Bárbara de Nexe, onde nasceu há 88 anos, cedo veio para a cidade, que tanto amava e de que foi um modelar cidadão.

              Durante muitos anos foi abnegado elemento dos Bombeiros Municipais de Faro e detentor de várias condecorações. Não deixava ir a sepultar nenhum sócio do Farense, que não levasse sobre a urna a bandeira do Clube e, na sede, não estivesse a meia haste a bandeira associativa.

               Viveu os momentos de excelência, como os de tristeza dos Leões de Faro, sendo o grande impulsionador das viagens de acompanhamento quando a equipa actuava fora do São Luís.

           Neste mítico estádio tivemos, como ele o teve, o recordado ensejo de ver as portentosas exibições de seu filho, o José António Rafael, um dos maiores e melhores futebolistas, nascido na capital sulina e produto das escolas do Clube. Foi Internacional A, havendo envergado a camisola das quinas em jogos contra a Alemanha, a Bélgica, a Escócia, Israel, Itália e Malta. Avançado de raiz começou em 1976 no Sporting Clube Farense, jogando depois no Amora, Portimonense, Boavista, Vitória de Setúbal e «Os Belenenses», numa brilhante carreira.

             O falecido «Zé das Cotas» foi homenageado pelo Clube que tão dedicadamente serviu durante uma sessão de elevado ardor clubista, realizada no salão da Casa dos Rapazes.

              O funeral efectuou-se da Igreja Paroquial de São Luís, onde o corpo esteve em câmara ardente para o Cemitério da Esperança, em Faro, sendo muitos os que marcaram presença no último adeus a quem foi durante décadas um símbolo da Instituição.

                Na expressão do profundo pesar a sua esposa, D. Ise Rafael (nossa antiga colega na Escola Tomás Cabreira) e ao filho, o ex - futebolista José António Rafael, a saudade por um amigo, que serviu no seu mister o Clube e a Cidade.   


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