sábado, 8 de agosto de 2020

CÓNICA DE FARO - JOÃO LEAL


POR UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO
Nos últimos anos a capital algarvia não tem conhecido, quer na cidade como nas zonas, que outrora foram rurais e hoje pudemos enten­de-las como suburbanas (Conceição de Faro, Montenegro, Santa Bárbara de Nexe, Patacão, Mar e Guerra, Bordeira, Galvana, Rio Seco, etc.) de um plano habitacional que possa concretizar a continuada procura de casa para morar. Certo é que esta demanda tem conhecido crescente e angustiante, por vezes dramática procura, face a entre outros factores: a transformação de residências em alojamentos locais e o aumento do número de interessa­dos ligados ao meio universitário e ou escolar (professores e alunos vindos de mais de meia centena de países. administrativos e outros), profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico) e outros cidadãos que para aqui, voluntária ou forçadamente, vieram.
Nos anos 40 e 50 do século passado assistimos à construção do bairro residencial do Bom João, com apreciável número de moradias, tal como o pequeno Bairro dos Centenários. Após o 25 de Abril de 1974 o mo­vimento cooperativo realizou obra de assinalada valia, através da Coohabi­tal, da Habijovém e outras associações. O próprio Município, verdade se diga, respondeu à longa lista de pretensões com a construção de unidades residenciais, como sucedeu nas Avenidas Cidade de Hayward ou Calouste Gulbenkian.
Mas não chega face ao enorme e avassalador volume de uma procura crescente, de modo próprio, quem não reúne condições para acesso ao mercado imobiliário que a iniciativa empresarial tem feito surgir.

Terrenos municipais livres existem. A Autarquia goze hoje, felizmente, de boa situação financeira, tal como não sucedia até há poucos anos. Importa que se avance e quanto antes com uma política de residências, porque centenas e centenas de cidadãos delas carecem como de «pão para a boca».
                            JOÃO LEAL

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