ESTAÇÃO CP DE V. R. S. ANTÒNIO
Vila Real de
Santo António e Lagos deviam voltar a ter comboios directos
A electrificação da linha do Algarve vai permitir o
regresso dos comboios de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) a Lagos e
Vila Real de Santo António, cidades arredadas da ligação directa a Lisboa há 16
anos. A decisão final vai depender do interesse comercial da CP, cujo
presidente manifesta interesse em reactivar a ligação ao Sotavento, pelo menos.
No Algarve, neste momento há a sensação de que o
comboio não entra nas contas da mobilidade. “A região não valoriza o seu
caminho-de-ferro. As elites nem se dão conta que ele existe e desprezam-no como
modo de transporte”, critica o antigo responsável pela Refer na região, José
Caramelo, elemento do Mais Ferrovia, movimento cívico que luta para que “não se
perca a oportunidade” para adoptar o comboio ligeiro (tipo metro de superfície)
como principal meio de mobilidade.
O traçado da linha do Algarve, do ponto de vista da
mobilidade, poderia ser considerado uma mais-valia. Passa por dentro das
cidades e corre junto à ria Formosa – mas está distante da preferência dos utentes. O que faz falta, defende o especialista em ferrovia,
é criar mais pontos de paragem e multiplicar a frequência. “O aumento da oferta
gera o potencial da procura”, afirma, sublinhando: “Não se entende que uma
cidade como Olhão seja servida por um único local de paragem, e as populações
tenham de percorrer vários quilómetros para apanhar o comboio”.
Dos programas de investimentos previstos ou a
realizar, verifica-se que vem de longe este “ignorar, se não desprezar” do
serviço do transporte ferroviário. As revindicações dos autarcas junto do poder
central, dirigem-se prioritariamente para rodovia. Quando um pouco por todo o
lado renasce a consciência para o modo ferroviário, diz José Caramelo,
“esperava-se que tal espírito tivesse eco no Algarve”. Não acontece, e
predomina a indiferença.
ESTAÇÃO CP DE LAGOS
NOTA DA REDAÇÃO: Um empresário Inglês, com residência no Dubai, comprou a antiga estação ferroviária desactivada de Lagos, no Algarve. A estrutura, avaliada em mais de meio milhão de euros, foi vendida por um valor não divulgado. O comprador pretende realizar as obras de reconversão do espaço para um café e galeria de arte, no verão deste ano.
Um arranjo digitalizado de Roger
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