sexta-feira, 3 de setembro de 2021

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                    NA MORTE DE UM AMIGO


Éramos há 75 anos, vividos no início no CNE (Corpo Nacional de Escutas), onde essa amizade se cimentou e perdurou para toda a vida. O António, o António Miguel Fantasia, assim se chamava este saudoso e dilecto amigo, contava 82 anos e não resistiu agrave enfermidade. O internamento no CHUA, em Faro e as contingências em vigor não nos permitiram sequer um derradeiro e vivo olhar. no sentido adeus de um «até sempre».

Nascido em Boliqueime, viveu alguns anos em Quarteira, por via da profissão do pai (agente da Guarda Fiscal) e veio «menino e moço», como milhares de tantos outros morar para o então periférico bairro do Alto Rodes.  Já moço feito, escadas ao ombro, que Magyrus não havia, ei-lo, como aprendiz na Aliança Eléctrica do Sul durante o dia e à noite a estudar na Tomás Cabreira.

Passou os anos mais activos da sua activa vida, nas minas de África, de modo próprio no Botswana e em Angola, donde regressou após a descolonização.

Apaixonado pelos pombos conquistou inúmeros troféus em competições nacionais e internacionais, alcançando os seus voadores elevados valores nos mercados de além - fronteiras.

Residia no Monte Negro e era frequentador, enquanto a saúde o permitiu, da Tertúlia do Tutti Café, na Praça de Alandra.

Morreu o António Fantasia, moço da minha geração e da minha vivência, um dilecto amigo, daqueles que não havido nascido em Faro, sempre se assumiu como um verdadeiro farense.


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