domingo, 19 de setembro de 2021

«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»

 


                           «AMÁLGAMA DE FORMAS E SILÊNCIOS»


                                                              RUBEN SANTOS


                          O conhecido e admirado «Senhor Açores», cremos que poucas vezes uma pessoa foi com tamanha justiça adjectivado, brindou as gentes em geral e de modo próprio e afectivo os seus muitos e verdadeiros amigos, partilhou um novo livro de poesia, chamado de «Amálgama de Formas e Silêncios». 

                           Ruben Santos, cidadão do mundo em que viveu e onde espalhou a sua benquista e honrada presença (Açores, África, América do Norte, Algarve), transporta-nos uma vez mais a esse suave encantador mundo que tudo o que tem por base a poesia pode e sabe criar.

                            O açoriano, verdadeiro embaixador do «Rosário das Nove Ilhas», nado na Horta, nessa sempre bela ilha do Faial, sem nunca haver perdido, ao longo de décadas de vida, o odor a verdadeiro mar que lhe vem de factores múltiplos (o «mau tempo no Canal», o «Porto do Pim»...., a «sua rua, a família), em suma tudo o que é o seu humanista Universo, nos chega neste livro em que de mãos dadas se conjuga esta «Amálgama de Formas e Silêncios».

                               Para nosso justificado orgulho de farenses é o nº 163 dos «Cadernos do Meio Dia», essa aventura maravilhosa vivida nesta Cidade, em que tem viajado o poeta pleno, Eng. Tito Olívio Henriques, «o amigo dia a dia» (que admirável «gozo» nos dá ler semanalmente o seu «Poema de Domingo»!), a quem o autor homenageia, com todo o mérito. Reparte tal com a Dra. Alzira Silva, que assina o excelente Prefácio. Dele extraímos: «os poemas tocam o leitor num continuum sensorial ou na oposição de emoções tão inerente ao ser humano.

                              Em «Amálgama de Formas e Silêncios», que se lê de um fôlego, pairou-nos toda uma sensação lírica («Fora eu rio/ correria ao longo do teu regaço/ e a cada passo...», o realismo pungente e dramático («Carrego aos ombros / a voracidade dos tempos...»), o lirismo directo e simples («menina da meia - noite/ que nunca foges à chuva...») ou um temível contemplativismo («Mãos velhas / Cerradas / Lavadas de dor...»).

                              Vale a pena ler este livro, tal como a obra de Ruben Santos, um poeta universal nascido nos Açores e vivente, felizmente, na terra algarvia.


                                                                                     JOÃO LEAL


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