ENFRENTAR
A REALIDADE
Por muito que custe, chegou a hora de
aceitar a realidade.
Com alarme ou calamidade, com multas e
restrições, os números são cristalinos: o vírus chegou para ficar. Não vale a
pena fugir-lhe, não sabemos onde está; não vale a pena fechar-lhe a porta,
entra pela fechadura. E vai continuar a aproveitar-se das nossas fraquezas para
se alimentar e multiplicar, ganhar novas formas, matar os mais frágeis. Até que
uma droga o deixe narcotizado ou uma vacina acabe com ele. Não podemos é acabar
connosco, deixar que o medo tome conta das nossas vidas, que os profetas da
desgraça nos deprimam.
A melhor forma de combater o vírus é não
pensar nele, como não pensamos no cancro, na sida, no Alzheimer, no Parkinson
com quem podemos tropeçar no labirinto da vida. Se um dia nos tivermos de
confrontar com estes demónios, logo se vê quem ganha o duelo. Até lá - e que
nunca se chegue lá – aproveitemos para nos divertir e fazer aquilo de que
gostamos, de máscara sempre à mão e desinfetante na carteira.
A vida é
demasiado curta para ficarmos prisioneiros do tempo. Basta olhar para trás para
percebermos que não nos demos conta de como chegámos até aqui.
IN CM – NOTA EDITORIAL - Paulo João Santos
Um arranjo e digitalização de Roger
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