O
MEU AMIGO JOÃO PARRA
Numa
destas manhãs soalheiras a primeira notícia que me chegou foi a morte do
ex-internacional júnior e meu saudoso colega o João Parra. De seu nome completo
João Teófilo Salero Parra, tinha 83 anos, pois nascera em Olhão a 8 de Março de
1937 (Dia de João de Deus e daí talvez a razão do seu nome) e foi meu colega de
carteira, o «parceiro» como então se dizia, no 1º ano 4ª turma da recém -
criada Escola Técnica Elementar de Serpa Pinto. Era o nº 10 e eu o nº 9e
ficávamos numa carteira dupla na fila da frente. Bons professores os houvemos,
para além do Director, o Pintor Jorge Escalço Valadas, o Dr. José Mealha (pai
do meu falecido colega jornalista de igual nome e um acérrimo sportinguista), a
Dra. Maria da Conceição Sintra (mulher do psiquiatra Dr. Manuel da Silva), o
Eng. Diamantino Piloto (artista, interventor cívico, nascido em Olhão), o
Cónego Vieira Falé (que faleceu pároco da Cidade Cubista), a D. Dinorah
Pascoal, a D. Suzete..., o Prof. Américo (uma permanente saudade!) e os mestres
Mário Pereira, Nicolau, Zé de Brito, João Mateus...
Nos
anos primeiros da década de 1950, juntamente com os também «costeletas» (alunos
da Escola Tomás Cabreira), Manuel João Poeira e Nuno Agostinho, o João, como
sempre nos tratámos, envergou a camisola de Portugal na primeira presença num
Mundial de Juniores, disputado na Alemanha. Foi um festival a recepção havida
na Escola aos «moços internacionais».
Olhanense
de alma, nascimento e coração o João Parra foi figura relevante no futebol
algarvio nos anos de 1950 e 70. Mais um produto da «Universidade do Futebol»
que o era o «Largo da Feira», tendo como Magnífico Reitor Mestre Cassiano.
Lembramo-nos dos duelos havidos aqui no São Luís ou no Padinha, entre Farense e
Olhanense, de modo próprio nas dis-putas com «Mr. Joaquim Reina. Tempos
idos»...
Alinhou
nos rubro - negros, onde atingiu a maior projecção da sua carreira
futebolística, assim como no Futebol Clube de Luanda (Angola), no Mineiro
Aljustrelense e no Marítimo Olhanense.
Vimo-nos
pela última vez, em plena Rua de Santo António, que tantas vezes percorremos
juntos quando jovens e já então a sua condição física não era a desejada. O
abraço então selado foi como que um adeus para sempre ao amigo João Parra, que
ora nos deixou.
Joáo Leal
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