segunda-feira, 27 de julho de 2020

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL


                                  «A MÚSICA DAS PALAVRAS»

            Foi ao fim da tarde, ao cair de um destes estivais dias, que no sempre agradável ambiente de século e meio com que conta o Teatro Lethes, um dos pontos assinalados no «Roteiro Ibérico dos Teatro Históricos», houve o aprazível ensejo de viver o concerto «A Música das Palavras», no âmbito do Ciclo «Lethes Clássico». Foi também o reencontro com a sempre aplaudida e desejada Orquestra Clássica do Sul, após estes meses de jejum cultural ao vivo. Por outro lado e para além do merecidamente aplaudido «Quarteto de Cordas, constituído por excelentes intérpretes muito apetecível era nos voltar a ouvir esse insigne artista farense, em pleno estádio de maturidade criativa, interpretativa e de comunicabilidade, que é o Rui Baeta.
                Aborda o ciclo a temática das tradição e da modernidade, a propósito da comemoração dos 250 anos do nascimento de Beethoven, «inquestionavelmente um dos maiores génios da História da Música, o qual revolucionou não apenas o seu tempo mas toda uma geração de compositores que lhe seguiram».
                 O concerto abriu com a interpretação das «Canções sem Palavras», do compositor do período romântico Feliz Mendelsshon (1809 / 1847), revelando, num tom delicado e discreto, «um seu lado mais íntimo».
                 Seguiu-se de Ludwig Beethoven (1770/1827«A amada distante»), o primeiro ciclo de canções «composto por um compositor de renome», constituído por seis episódios onde o barítono Rui Baeta evidenciou, uma vez mais as suas admiráveis qualidades artísticas.
                   A encerrar de Robert Schumann (1810/1856) «Cenas Infantis», onde retornámos à nossa meninice, quer na música como nos poemas de Afonso Lopes Vieira, interpretados «comunicados» pelo consagrado artista farense, entre os quias «Cabra Cega», «Cavalinho de madeira», «O poeta fala» e outros.
                     O ciclo «A Música das Palavras» voltará, neste «Lethes Clássico», a 15 de Outubro, com um concerto dedicado a «Fritz Schubert - o eterno devoto de Beethoven».  

João Leal

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