«A
MÚSICA DAS PALAVRAS»
Foi
ao fim da tarde, ao cair de um destes estivais dias, que no sempre agradável
ambiente de século e meio com que conta o Teatro Lethes, um dos pontos
assinalados no «Roteiro Ibérico dos Teatro Históricos», houve o aprazível
ensejo de viver o concerto «A Música das Palavras», no âmbito do Ciclo «Lethes
Clássico». Foi também o reencontro com a sempre aplaudida e desejada Orquestra
Clássica do Sul, após estes meses de jejum cultural ao vivo. Por outro lado e
para além do merecidamente aplaudido «Quarteto de Cordas, constituído por
excelentes intérpretes muito apetecível era nos voltar a ouvir esse insigne
artista farense, em pleno estádio de maturidade criativa, interpretativa e de
comunicabilidade, que é o Rui Baeta.
Aborda
o ciclo a temática das tradição e da modernidade, a propósito da comemoração
dos 250 anos do nascimento de Beethoven, «inquestionavelmente um dos maiores
génios da História da Música, o qual revolucionou não apenas o seu tempo mas
toda uma geração de compositores que lhe seguiram».
O
concerto abriu com a interpretação das «Canções sem Palavras», do compositor do
período romântico Feliz Mendelsshon (1809 / 1847), revelando, num tom delicado
e discreto, «um seu lado mais íntimo».
Seguiu-se
de Ludwig Beethoven (1770/1827«A amada distante»), o primeiro ciclo de canções
«composto por um compositor de renome», constituído por seis episódios onde o
barítono Rui Baeta evidenciou, uma vez mais as suas admiráveis qualidades
artísticas.
A
encerrar de Robert Schumann (1810/1856) «Cenas Infantis», onde retornámos à
nossa meninice, quer na música como nos poemas de Afonso Lopes Vieira,
interpretados «comunicados» pelo consagrado artista farense, entre os quias
«Cabra Cega», «Cavalinho de madeira», «O poeta fala» e outros.
O
ciclo «A Música das Palavras» voltará, neste «Lethes Clássico», a 15 de
Outubro, com um concerto dedicado a «Fritz Schubert - o eterno devoto de
Beethoven».
João Leal
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