quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



        FALTAM BRITES DE ALMEIDA E D. JOÃO III


        Com a devida pompa e circunstância foi inaugurado na Rua Comunidade Lusíada, à beira - doca o busto de homenagem ao navegador Bartolomeu Dias, aquele a quem Fernando Pessoa dedicou um dos seus mais belos poemas («O Mostrengo») e que fez a façanha de «dobrar» o Cabo das Tormentas, que depois se passaria a chamar de «Cabo da Boa Esperança», pela perspectiva, concretizada por D. Vasco da Gama de tornar o mundo global, unindo os Oceanos Atlântico e Índico.

     A iniciativa coube à União das Freguesias de Faro (Sé / São Pedro), a que preside o dinâmico Eng, Bruno Azevedo e é mais um passo na valorização citadina que tem operado dotando-a de obras de arte, como aconteceu anteriormente com a estátua do «Pescador» (Parque Ribeirinho) e o busto do Monsenhor Ferreira da Silva («o irmão Henrique»), este junto á Igreja de Santo António do Alto.

     Alguns historiadores têm-se interrogado sobre a naturalidade de Bartolomeu Dias, se teria efectivamente em Faro, o que é uma hipótese colocada em cima da mesa. De qualquer modo trata-se de um valoroso navegador, que dispunha de uma das mais belas placas toponímicas da capital sulina e uma homenagem, diga-se colectiva, à peleíade e gesta de grandes mareantes portugueses.

     Mas esta digna inauguração faz-nos lembrar que, desde sempre, a cidade tem falta os mais que justificados monumentos honrando as memórias de Brites de Almeida, a patriótica «Padeira de Aljubarrota» e de D. João III «O Piedoso» que elevou a vila de Faro a cidade de Faro, abrindo assim o caminho à capitalidade.

     Estas lacunas devem ser suprimidas, como por todas as razões o determinar e o dinamismo do executivo da União de Freguesias o fazer crer.

CRÓNICA DE FARO, CONCELHO UNITÁRIO


O nosso concelho, capital da Região Sulina, durante muitos séculos tida a havida como Reyno dos Algarves, necessita, mais do que nunca de fomentar uma unidade entre as diversas unidades comunitárias, que a constituem. Faro não é só e apenas a Cidade - Sede Concelhia, mas todos os locais («sítios») que do Município fazem parte integrante.
       Várias vezes a sua extensão foi alterada, a última das quais em 1 de Junho de 1914, a quando da desanexação da até então freguesia de São Brás de Alportel, que passou a sede de concelho, como hoje.
       Precisamos e repetimos «mais do que nunca» (pela dispersão de alguns serviços que de Faro, têm sido afastados) de que em plenitude se concretize a frase popularizada por via dos primodivisionários em futebol «se és de Faro - considerando como tal os aqui nascidos ou residentes - és farense»!
       Importa e esta é uma acção pedagógica que nunca tem sido desenvolvida que se dê a conhecer a terra farense por inteiro. É preciso que as freguesias rurais de Estoi, Conceição de Faro, Santa Bárbara de Nexe e Monte Negro se sintam tão farenses como os de São Pedro ou da Sé.
       Sítios como o Guelhim, Alface, Besouro, Campinas, Ludo, Hangares, Bordeira, Areal Gordo, Senhora da Saúde, Mar e Guerra, Chelote, Galvana, Campinas, Patacão, Mata Lobos, São Miguel (poente), Coiro da Burra, etc.,etc., necessitam de ter um conhecimento como a Rua de Santo António ou o Largo da Sé. A tipicidade de Estoi e as Ruínas do Milreu, a história dos Hangares ou dos pescadores da Praia de Faro (sem esquecer a Armação do atum do Cabo de Santa Maria, as tradições musicais da Bordeira («a capital do fole») devem possuir de uns (nascidos) e outros (residentes) o mesmo grau de saber-se dos Museus de Faro, da Sé e do Carmo ou do Estádio de São Luís.
      Por isso sugerimos as visitas aos locais havidos como menos identificados e dar-lhes um tratamento igualitário ao prestado à Cidade Maior, de que nos orgulhamos. 

JOÃO LEAL

CRÓNICA DO MEU VIVER OLHANENSE



  «FESTEJAR A CANTAR»

   No primeiro Domingo deste Novo Ano Olhão como que deu as boas vindas a 2025 promovendo no belíssimo espaço do Auditório Municipal um espectacular evento de música coral.
  Por aquele palco, à beira - Doca, por onde têm passado destacadas figuras da Arte esteve presente o magnífico Coro Comunitário da Orquestra do Algarve, sob a proficiente direcção do Maestro Titular e uma das mais conhecidas figuras da música de ópera portuguesa, o barítono Rui Baeta.
   Quer o Grupo Coral, como a direcção deste famoso músico natural de Faro grangearam fortes e merecidos aplausos, brindado Olhão, nesta iniciativa do Município o sempre festejado «Dia de Reis».
    Aliando-nos a esta celebração queremos desejar a Olhão e aos olhanenses, um «Bom Ano Novo», como sói dizer--se e segundo a oral tradição «melhor do que o que passou».
     De modo especial fazemos votos de grandes prosperidades ao centenário Sporting Clube Olhanense e que através do Olhanense 1912 coloque, de novo e volvidos este temporal que assolou e de que maneira o histórico clube, verdadeiro Embaixador do Algarve, num patamar compatível com o seu passado e os maiores êxitos.
     2025 será ano de mudança na presidência do Executivo Autárquico, com eleições a acontecerem lá para Outubro. Que os olhanenses saibam, uma vez mais, responder de forma condigna aos superiores interesses da TERRA MÂE.
 
                                                    JOÃO LEAL

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

AOS MEUS AMIGOS COSTOLETAS


GERAÇÃO DE OURO 

Ó linda geração, geração de ouro
De quantas gerações ali vividas...
Em que hoje alguns deles, são pelouro
Que enchem de saudade nossas vidas! 

Lembrarei toda a vida esse tesouro..
Quantas horas por nós, ali sentidas
Que posso hoje dizer sem desdouro...
Daquelas brincadeiras, das partidas! 

Horas da infância! Da mocidade!
Dos mais belos encontros na Cidade...
De horizontes algo limitados...

É tão bom recordá-los nesta hora!
Tão diferente da vida de outrora...
Em que nos somos eternos Namorados!

Maria José Fraqueza