quinta-feira, 17 de abril de 2008

AO TELEFONE COM O COSTELETA


ROMUALDO CAVACO

Eu e o Romualdo, temos um bom relacionamento há mais de cinquenta e tal anos.. Nunca fomos da mesma turma porque o Romualdo entrou um ano à minha frente e nunca chumbou. Foi um bom aluno e amigo de toda a gente. E depois do Nestlé e do Bernardo Estanco, é o Costeleta que conhece mais pessoas em PORTUGAL. Tem uma coisa a seu favor que eu não tenho. É que reside em Portimão perto do Jorge Barata e de vez em quando pode ver o parente Jorge. O que é muito importante porque o Jorge é uma saudade.

Liguei –lhe e trocámos umas ideias.


ROMUALDO, estás em forma?

Sim, estou bem, obrigado. Sabes, aos fins de semana vou até à Cortelha, o ar é puro e convida a umas caminhadas lá pelos campos. Quando era puto andava muito por lá, conheço esses caminhos velhos todos, as hortas, os donos delas, enfim... dá-me saúde andar por aí. Como vês, estou bem.

Os teus projectos de vida foram todos conseguidos.?

Quase responderia com as palavras do Jorge PALMA, fazer projectos para quê.? ... se no fundo dá tudo ao contrário. Todavia a vida de cada um de nós, sem projectos não tem interesse nenhum. No que a mim diz respeito estou satisfeito. Tenho amigos e granjeei o respeito deles e das pessoas que me rodeiam também. No fundo, um projecto de vida é um percurso que tem um princípio e um fim. Desse percurso direi que até aos sete anos fui um puto, dos sete aos dezoito foi ganhar preparação escolar para a vida, depois trabalho e agora reforma

E na reforma como é?

Tirar partido dela, passear com a minha mulher, cavaqueira com os amigos, jornais, livros, Tv.. mais ou menos isto. Não devo exigir mais.

O que é para ti ser feliz?

O meu conceito de felicidade anda próximo da estabilidade emocional. Para mim, ser feliz é estar em paz comigo próprio. Mas estas palavras, cujo conteúdo expressamos num minuto, levam às vezes muitos anos a concretizar. Para que eu esteja feliz, será preciso que as pessoas que me rodeiam estejam felizes também. Mas o que prevalece no mundo de hoje é a violência excessiva e por isso é difícil sermos felizes. Num âmbito mais restrito, as coisas estão a correr bem, pois tenho tirado partido daquilo que neste momento posso obter da vida. Faço o que mais gosto, sou livre ... é só...

Como é a tua relação com o passado?

Óptima. A relação é de tal maneira boa que tenho saudades dos tempos da juventude, sobretudo do tempos da escola secundária em Faro, onde deixei muitos amigos.

Quem é a malta do teu tempo.?

Eu sou do Comércio, curso de 52/59, por isso sou do tempo de nomes sonante da Escola, chamemos-lhe dos “INESQUECÍVEIS”, como são o Caronho, o Nuno, o João Parra, o Poeira, Júlio Piloto, o Eugénio, o Júdice, o António Barão, o Pepe, o Palminha... eu sei lá.... tudo malta ligada ao desporto. Mais próximos, ou seja, da minha turma, foram o Alex, o Jorge Barata, o Macedo, o Edménio, o Firmino, o Guy, o Alfredo Teixeira, o Teófilo Carapeto Dias, o Carlinhos Louro, Rabeca, Zé Gago, Gil Vieira, Fernando Viegas, o Boinho, o João Canal, o Luís Isidoro, o Manel Zé de Paderne que era o melhor aluno... e mais cem ou duzentos.

Também jogaste pela equipa da Escola?

Não. Joguei apenas a nível de turma.

Em que lugar?

Sempre a guarda redes.

A Escola teve muito bons guarda redes, sobretudo no andebol, como o Urbano, o Palminha, o João Malaia, o Alfredo Teixeira, o Tony Casaca, o Reinaldo Neto, o João Bica, o Horácio, o Macário, o Seromenho,, o Fernando Bento de Sousa e muitos outros. Qual o melhor para ti?

Eram todos bons, mas talvez o Palminha, pela experiência.

E no futebol, qual o melhor que viste?

A Escola tinha grandes jogadores, eram todos bons, mas o que para mim era um pouco melhor do que os outros, era o Fausto Xavier, a quem chamávamos o Puskas. Era um jogador camisa dez, orientador de jogo e também fazia bem o número 9, a ponta de lança, porque fazia golos.. Era o pensador de jogo com a característica dos grandes jogadores; antes de receber a bola, já sabia qual o destino que lhe ia dar. Um grande jogador..

Que é feito dele?

Anda por aí ... na maior.

Quais os Professores que gostarias de referenciar

Referencio todos, mas gostaria de salientar o Mestre Carolino e o Dr. Uva, que foram dois professores extraordinários, com quem muito aprendemos. Além das matérias que leccionavam, estes dois homens ensinaram-nos os truques da vida, ensinaram-nos que o mundo do trabalho é um mundo diferente, onde as relações sociais são muito complicadas. Com o Mestre Carolino nunca se dizia 5 horas da tarde mas 17 horas e ficou célebre o seu pergunte à máquina. Com o Dr. Uva era venha cá o Pato...

E o que é que achas do blogue “oscosteletas.blogspot.com”

Acho uma ideia formidável e faço um apelo à malta, para que participe da forma que entender, com um poema, com um texto em prosa ou outra coisa qualquer. O blogue é o nosso lugar de encontro.

E despedimo-nos com um “saludo”.

Texto de
João Brito Sousa

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