MORREU GRAÇA LOBO, A «FARENSE» NASCIDA EM LISBOA....
Chegou-nos, via internet, na rudeza e significado explícitos, a notícia
com o título acima. Deixou-nos uma das grandes figuras da «Sétima Arte», que
, embora nascida na capital, «menina e moça», concluída a licenciatura em
História, veio para Faro, onde sempre vive. Foi-o até aos 66 anos quando, após
internamento no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, faleceu a que
dedicou toda uma vida ao cinema e à sua formação pelo público, de modo
próprio as gentes novas. Nunca demos, porque nunca se punha em bicos de
pés, da grande figura que foi a primeira «Coordenadora do Plano Nacional de
Cinema», funções que desempenhou com o mesmo acrisolado interesse com
que fazia todas as missões que lhe eram confiadas.
A dra. Maria da Graça Silva Lobo nasceu em Lisboa há66 anos e veio
para a nossa cidade, a que se amarrou o resto da vida, exercer o ensino. Foi-
lhe confiada, pelos Ministérios da Cultura e da Educação, a coordenação e
implementação do recém-criado «Plano Nacional de Cinema». Cineclubista da
mais fina água, deu importante contributo em funções directivas no Cine Clube
de Faro (criado em 1952) e que tem sido um dos mais sólidos agentes culturais
da capital sulina.
Dela foi dito: «A morte de Graça Lobo representa a perda de uma
grande figura de dimensão nacional». No seu percurso escolar recordamos o
mestrado alcançado ao defender a tese «Gestão cultural para a formação de
público para o Cinema» e a criação, na Direcção Regional de Educação
Algarve, do programa «Juventude - Cinema -Escola», havendo sido professora
convidada da prestigiada Universidade do Algarve, onde leccionou sobre a
«arte do celulóide» de 1994 a 2001. No ano de 2019 ingressou na Direcção
Regional de Cultura do Algarve, onde para além dos serviços educativos,
implementou o programa «HArPA: histórias, artes e património do Algarve».
«Morreu a «algarvia» Graça Lobo, uma senhora que fez uma opção e
ganhou o direito a ser uma farense de corpo inteiro.