quarta-feira, 10 de junho de 2020



O Costeleta Alberto Rocha solicitou-nos que repetíssemos a publicação do “texto escrito por Jorge Tavares, CORRUPÇÂO”, alterando a cor, o tipo e o tamanho da letra. Executámos, Roger.

CORRUPÇÃO

A palavra corrupção deve ocupar lugar cimeiro, na linguagem escrita e falada, nos últimos anos em Portugal.
Os media, com especial relevo para os audiovisuais, diariamente divulgam situações de “alegada” corrupção, em instituições públicas e privadas, praticada por pretensos corruptos, que o Ministério Público e a autoridade policial que o suporta (Policia Judiciária) se encarregam de averiguar e canalizar para os tribunais ou não, conforme as suas conclusões finais.
Ignoro se existem registos que historicamente possam garantir quando é que os primeiros Homens se deixaram corromper.
Atrevo-me a afirmar que a corrupção é própria da génese humana, sem que por isso possamos definir como e quando começou.
Por que se trata duma palavra com um significado altamente pejorativo, difícilmente aceitaremos que o ato de corromper, possa ter qualificações variadíssimas.
A condenação da sociedade ao ato de corromper, conjuga-se proporcionalmente ao benefício recebido, embora a entidade corrompida também sirva de classificação, para a opinião pública.
Poderia caracterizar e enumerar os atos de corrupção que se praticam no dia a dia, embora o corrupto e o corruptor, não o considerem como tal, antes entendendo o ato como um “favor” que se solicita e que é correspondido.
A propósito deste tema ocorreu-me uma história, que embora pareça ficção, é real.
Há largos anos, um amigo que ocupava um cargo de director num organismo público, de pouca importância e sobretudo de muito pouco contacto com o exterior, aceitou o convite para exercer o cargo de director numa outra instituição pública, de maior relevo e autonomia distrital.
Este seu novo cargo, pela responsabilidade e distância da instituição, originou um afastamento involuntário e deixámos de nos ver.
Largos meses depois, finalmente o encontro de amigos, para uma actualização do dia a dia da nossa vida profissional e pessoal.
À pergunta que fiz, como se estava a sentir no novo cargo, respondeu-me que tinha pedido a demissão e tinha criado a sua própria empresa.
Surpresa e pergunta natural: Mas porquê? Nem sempre se deixa um cargo de director duma entidade pública.
É verdade, respondeu o meu amigo...! e completou com esta frase “As solicitações eram tantas e tão constantes, que corria um sério risco de me transformar num corrupto, se lá continuasse! “
Os anos passam, mas este exemplo fica sempre na minha memória e serve-me de consolação para os péssimos exemplos diários, que leio, vejo e oiço.
Que bom seria que os bons exemplos tivessem a mesma divulgação pública, especialmente como elemento educativo e preparatório, da juventude.
Não devemos perder a esperança. Apostemos na inteligência humana. 
-Quadra solta do poeta António Aleixo
    --Vinho que vai para vinagre
    --Não retrocede o caminho
    --Só por obra de milagre
    --Pode de novo ser vinho

Jorge Tavares
Publicada no semanário Noticias de São Brás em Março/20

NOTÍCIAS DA NOSSA ESCOLA




EM TEMPOS IDOS
  O «AUTO DAS ROSAS DE SANTA MARIA»

  Corria, talvez, o ano lectivo de 1950/51 e era aluno do 1º ano do Curso Geral de Comércio (1º 4ª), quando me estreei no Grupo de Teatro da Escola Tomás Cabreira, desempenhando, pela minha frágil compleição física, o modesto papel de «Pagem Moço», na célebre peça do poeta algarvio   Dr. Cândido Guerreiro (Alte, 03.12.1871 / Lisboa, 11.04.1953) o «Auto das Rosas de Santa Maria». Esta, com música da autoria do olhanense Dr. Francisco Fernandes Lopes, fora escrita para ser representada em Sagres, aquando das Comemorações Centenárias, em 1940.
    Grandes estrelas da nossa representação escolar foram a saudosa Maria José (a «Zezinha do Registo Civil), interpretando com um dramatismo impressionante a «Mãe de Gil Eanes», quando ela chorando implorava «Filhas de Lagos, desoladas mães dos leais companheiros do meu Gil, chorai comigo a grande desventura...» e o Manuel Brito Vargas, de quem há muitos anos nada sei, na figura do Infante D. Henrique, com toda a firmeza e obstinação que são reconhecidas ao «Príncipe Navegador».
        A encenação e ensaios eram dirigidos pelo sempre lembrado mestre, que foi o Engenheiro José de Campos Coroa, coadjuvado por outro «homem do teatro», o Jaime Pires, pai da saudosa «costeleta» Maria Antónia Pires («Tota»). O Contínuo Sr. Victor Tavares foi o responsável pelas caracterizações.
        A representação decorreu, com a presença, entre outras entidades, do Dr. Cândido Guerreiro, com as suas barbas brancas e o seu mediático chapéu e o dedicado Diretor da Escola Dr. Moreira Ferreira, numa grande sala da Secção Industrial no Largo da Sé.
          EM TEMPOS DE HOJE
          A Câmara Municipal de Faro atribuiu o subsídio de 20 mil euros ao Agrupamento Escolar Tomás Cabreira, tal como aos restantes agrupamentos escolares farenses, destinada á aquisição de equipamento técnico - informático no âmbito do apoio ao processo de ensino e aprendizagem à distância, para os alunos mais carenciados.

                                                        JOÃO LEAL